O primeiro dia de premiações do Festival Internacional El Ojo de Iberoamerica foi de conquistas importantes para a publicidade brasileira. Nesta quarta-feira (8) o país fechou o período com 60 prêmios, destaque para dois Grand Prix. Durante a cerimônia foram anunciados os vencedores nas categorias Design, Sustentável, PR, Media, Produção Audiovisual, Produção Gráfica e El Ojo Local, que reconhece o melhor da criatividade de cada país no festival.

O resultado reforça o favoritismo histórico do Brasil no festival, bem como sua evolução em categorias consideradas chave, como Produção Audiovisual, que rendeu 21 troféus, e Media, com 11 prêmios. El Ojo PR também teve bom desempenho, com 10 prêmios. Segundo Gabriel Araújo, diretor criativo executivo internacional da Ketchum, e presidente do júri da categoria,  os trabalhos premiados representam o futuro do que se espera para o mercado.

“PR não é mais simplesmente falar com a imprensa, mas que tipo de história  a gente vai gerar para engajar os consumidores, para que daí a imprensa tenha interesse de comentar sobre aquilo. A gente procurou ideias que foram criadas para gerar PR, não aquelas que simplesmente tiveram a sorte de ter uma reverberação viral”.

Grandes ideias latino-americanas

O ponto alto da noite foi o reconhecimento  das agências Africa e R/GA, que conquistaram o Gran Ojo nas categorias Sustentável e Design, respectivamente. Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, neste ano, a plataforma EspnW promoveu a campanha Inequality courts, que evidenciou a desigualdade de oportunidades, salários e exposição das mulheres que atuam no esporte. A ação veiculada nas principais partidas do canal Espn foi criada pela Africa e usou os próprios campos e quadras esportivas como gráficos para mostrar a desproporção de oportunidades entre homens e mulheres.

“O esporte é muito mais do que o resultado. Ele vai além do entretenimento, é uma ferramenta de transformação. As atitudes que acontecem em campo refletem a sociedade. Ver essa campanha, que traz um assunto que merece tanta atenção, ganhar um dos prêmios mais importante da região Ibero-Americana é motivo de muito orgulho. É saber que, pelo menos nesse campo aqui, na nossa indústria, esse assunto marcou um golaço. Estamos muito felizes”, disse ao Propmark, Sérgio Gordilho, copresidente e CCO da Africa.

Já a R/GA para Bradesco Next criou todo o branding e implementação do banco digital no Brasil. O trabalho de design focado em experiências foi reconhecido pelo festival.  Segundo Luciana Cani, sênior vp e diretora de criação executiva da agência Lapiz (EUA) e presidente do júri da categoria, os trabalhos premiados, sobretudo o Grand Ojo, refletem o novo papel do design na publicidade. “Se a gente for pensar bem, o design não é só produzir uma ideia maravilhosamente bem executada, não é só traduzir o DNA de uma marca. Temos que pensar o quanto o design está agregando valor para o negócio, como ele está de fato transformando aquele produto”.

Com conceito “Um novo banco conectado pelo design”, o Next foi pensado para dialogar principalmente com os millennials, daí o cuidado com a forma de embalar e apresentar o projeto. Satisfeito com o Grand Prix na categoria, Fabiano Coura, SVP managing director da R/GA ressalta que o reconhecimento coroa a crença de que um bom trabalho leva tempo.

“São dois anos de construção do Next. Impossível não pensar em todas as pessoas que deixaram sua impressão nele. De fato, foi um projeto que exigiu não só muito talento, mas paciência. Você fica ansioso demais por dois anos sem poder mostrar para ninguém o trabalho que você está fazendo. Numa época em que a indústria é absolutamente instantânea, o prêmio coroa a resiliência do time do Next de ter se empenhado tanto, acreditado por dois anos sem poder contar para ninguém”.

A lista completa de ganhadores pode ser conferida no link.

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