A palavra mais dita nos últimos anos no Brasil foi um dos temas do Festival do Clube da Criação. A crise resumiu o encontro batizado de “2016. Tranquilo ou desfavorável?”. André Kassu, sócio e diretor de criação da CP+B, afirmou que o brasileiro sabe driblar a crise. “A história do Brasil é pródiga quando o assunto é crise, nós somos bons em sair da crise. Muitas agências não fecharam, por exemplo, na época do Collor”, disse. 

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Já Ricardo John, CCO da J Walter Thompson, disse que a crise trouxe outras lições. “Nos últimos nove anos não houve crise no Brasil, muito pelo contrário, foram anos muitos bons”, disse. “Hoje, nós temos que nos acostumar com outra velocidade de ritmo”, completou. 

Outro participante do painel, Theo Rocha, diretor de criação da F/Nazca Saatchi&Saatchi, complementou a fala de John e falou sobre outras lições que a crise pode trazer. “Eu aproveito a crise para aprender coisas e para explorar outras. Eu acho legal você transformar o post do Instagram na coisa mais importante do seu dia”, destacou. Ele ainda foi mais além. “Não gosto da ideia de que você precisa fazer um filme de 30 segundos para ser alguém dentro da agência. E a crise veio para mudar isso”, garantiu. 

De acordo com João Livi, CEO da Talent, a crise trouxe outras mudanças. “Temos mudanças de contextos e culturais muito maiores que mudanças de mercado”, disse. “As pessoas não querem mais trabalhar até a noite numa agência. Por outro lado, tem outra geração que está pensando em coisas que serão benéficas para gente no futuro. Os jovens é que sabem trabalhar hoje, mas eles precisam da gente”, completou. 

Já Luciana Haguiara, diretora de criação da AlmapBBDO, disse que a principal mudança desse período é o jeito de trabalhar. “Hoje as ideias têm que ser construídas melhor, ela precisa ser simples e brilhante”, disse. “Você precisa de uma orquestra para colocar a ideia em pé”, complementou.