“TagWords representa um marco, é mais um dos grandes e bons capítulos da nossa biografia”. A afirmação é de Sergio Gordilho, copresidente e CCO da Africa, que fechou o El Ojo 2018 com mais de 50 troféus, entre eles três Gran Ojos para o case da Budweiser, Agência do Ano no Brasil, Anunciante do Ano (Ambev) e Criativo do Ano para ele.

No El Ojo, as campanhas da Africa que tiveram maior destaque foram TagWords (Budweiser), com três Gran Ojos, nove Ouros, sete Pratas e um Bronze; o movimento #MyGameMyName (Vivo) com 11 prêmios; Inequality Balls (ESPNW), Hermeto – Made of Music (Budweiser) com sete metais, The Most Legible Label (Heinz) com três conquistas e Mr. Congressman (MTV) e Contoricionists (L&PM) com uma cada.

Esse e outros resultados em premiações significam muito para a Africa, especialmente pela agência ter três quartos de sua trajetória fora delas. O retorno aconteceu há cerca de cinco anos, após a agência ver uma indústria em transformação. “Precisávamos testar e provocar formatos e jeitos de sair de fazer publicidade e começar a fazer comunicação. Usamos o prêmio como um laboratório para essa questão ampla”, conta.

Gordilho conversou com o PROPMARK após o encerramento do El Ojo 2018. Em sua avaliação, a relevância de um prêmio depende de seu propósito, se é para estar em uma estante empoeirada ou para a posição da agência e seu papel na indústria. Acompanhe a entrevista.

Resultados EL Ojo
“Saímos do El Ojo mais uma vez como a melhor agência brasileira e dessa vez com a Ambev ganhando como anunciante do ano no Brasil. Também fico muito contente de ter ganho mais uma vez como criativo do ano. Isso tudo é reflexo de uma galera maravilhosa que trabalha na agência. E é motivo de muito orgulho para todos. Terminamos o El Ojo com três GPs, 17 Ouro, 18 Pratas e 11 Bronzes, um desempenho que em alguns metais supera duas ou três vezes mais o que ganhamos no ano passado. Isso é resultado de muito suor, frio na barriga e trabalho difícil de colocar de pé. Mas, principalmente, a coisa que mais tenho orgulho, é ver a Telefônica, ESPN, Budweiser, sendo aplaudidas no ponto mais alto do El Ojo. São marcas muito fortes, grandes anunciantes, que estão se transformando através de ideias que fazem sucesso tanto com o consumidor quanto com os jurados nos festivais.”

TagWords
“TagWords representa um marco na nossa história, como várias outras campanhas que passaram por aqui. É mais um dos grandes e bons capítulos da biografia da Africa.”

Significado de prêmios
“Significa muito. Ainda temos poucos. Fomos em Cannes esse ano a agência mais premiada iberoamericano. Dessa vez ficamos em segundo, mas fomos a mais premiada na América Latina, na nossa região, na nossa indústria e nosso mercado. Ajudamos a nossa rede, a DDB, a ser a segunda mais premiada da Iberoamérica. Contribuímos para que a Ambev fosse anunciante do ano no Brasil. Isso tudo forma elementos e fatores muito importantes que nos deixam muito orgulhosos e felizes. Sabemos que estamos no caminho certo, transformando a Africa cada vez mais em um hub de comunicação e não somente uma agência de publicidade. Publicidade está dentro.”

Publicidade e comunicação
“A publicidade está inserida na comunicação, é um dos pilares mais importantes, mas a comunicação é o tribunal superior da ideia, enquanto a publicidade é um tribunal regional da ideia. Resolvemos entrar em prêmios para provocar as transformações dentro da agência. Tivemos alguns critérios, que são critérios nossos. A Africa entra só com nossas principais contas e anunciantes. E a gente vem entrando e ganhando.”

Reflexo na agência
“Temos muito orgulho de estar participando dos prêmios, utilizando eles como laboratório de transformação da agência, estudando formatos diferentes, entendendo que entramos para que a gente se especialize mais como uma agência de comunicação, não só de publicidade, transformando a relação com nossos clientes, provocando eles a buscar e aprovar as melhores ideias. Estamos tendo mais frio na barriga, muito mais do que teria se fosse no padrão normal. Para a Africa está sendo muito bom. Gostaria de participar de outros prêmios, mas não tenho budget. Entro El Ojo e Cannes e D&AD muito mais alinhado com os interesses do grupo do qual participo. Para a Africa o prêmio vem fazendo muito bem para transformar a agência deixando a agência melhor.”

Concorrer ou não?
“Posso falar de carteirinha sobre não participar de prêmios. Três quartos da vida da Africa foi não participar de prêmios. Não vou julgar nem jogar luz sobre se outras agências devem ou não participar. Acho que antes da discussão de participar ou não, precisa perguntar qual o propósito de participar ou não. Tomamos a decisão de voltar para os prêmios há quatro ou cinco anos, porque estava vendo uma indústria em completa transformação, na qual a gente precisava testar, analisar e provocar formatos e outros jeitos de fazer publicidade, e mudar esse elemento, sair de fazer publicidade e começar a fazer comunicação. Começamos a usar o prêmio como um laboratório para essa questão mais ampla.”

Objetivo
“Ela depende se ele tem ou não relevância e da intenção de entrar no prêmio. É para deixar numa estante empoeirada ou para sua posição de transformar a agência e seu papel na indústria, provocando a relação com as marcas com que trabalhamos? Ponderando desse jeito a premiação tem, sim, valor. No nosso caso, na agência que eu comando, os prêmios estão sendo importantes porque estão criando mais relevância para as ideias perante as grandes marcas com quem trabalhamos. Temos crescido em todas as marcas do ponto de vista quantitativo e qualitativo. Os prêmios têm levado para isso porque eles provocam bastante.”

2018
“Mais um grande ano está se encerrando. Achamos que 2017 tinha sido o melhor ano da Africa. 2018 provou que estávamos errados.”