Divulgação/Carmen Galera

A recente mudança no comando da Grey, agência do Grupo Newcomm, anunciada no fim do mês passado, teve a “benção” – assim informalmente chamada a visita – do CEO e Chairman do Grupo Grey, James Heekin, que na última semana esteve em São Paulo e conversou com exclusividade com o propmark. Além da primeira reunião presencial após a mudança, a viagem de Heekin trouxe algumas metas para o escritório brasileiro: conquistar pelo menos cinco leões na próxima edição do Festival Internacional de Criatividade de Cannes é uma delas.

Meta, aliás, é algo que faz parte da trajetória profissional de Heekin. Quando passou a ocupar o cargo de CEO do Grupo Grey, em 2007, o executivo, que está no grupo desde 2005, desenhou a estratégia para alcançar um objetivo: ser a melhor network em criatividade do mundo. “Dez anos atrás nós não tínhamos nenhuma linha. E então fizemos planos de onde queríamos chegar, que era ser uma das melhores redes do mundo e aumentar nossa reputação. E então começamos um plano”, lembra. “Naquela época, as pessoas riram disso, porque a Grey não tinha uma linha naquele momento. Agora, a cada ano, queremos mais”.

Os números da última edição de Cannes, divulgado no último dia 5 no The Global Creativity Report, mostram que a estratégia adotada por Heekin tem funcionado. O Grupo, impulsionado pelos resultados individuais de Nova York, Londres e Alemanha, conquistou 113 leões – sendo apenas um do escritório brasileiro, uma prata em PR – e ficou em terceiro lugar no ranking de redes globais da competição. Além disso, a Grey NY conquistou o segundo lugar no mundo entre os escritórios, com 25 leões.

“Há cinco anos nós queríamos 20 leões, depois 30… e a cada ano avançamos. Mas o resultado da última edição foi um choque, até para mim. Agora a Grey está em um caminho. Mudamos a nossa cultura como agência ao redor do mundo, colocando a criatividade no topo. Essa é absolutamente nossa prioridade. E não foi apenas discurso, mas algo muito sério e acredito que temos conseguido”, diz. “Essa foi a cereja no topo do bolo, mostrando para todo mundo que a Grey é uma agência criativa e tem muita força. Agora nosso desafio é fazer melhor”, acrescenta Heekin, mencionando que a Grey Brasil tem condições de conquistar, no mínimo, cinco leões na próxima edição do Festival.

Mudança
Como parte da estratégia que envolve essa mudança de posicionamento, uma das apostas da rede é justamente o Brasil, reconhecidamente um dos países mais criativos do mundo. Segundo o executivo, a nova liderança da Grey Brasil, com Sergio Prandini como CEO, Marcia Esteves como COO, Rodrigo Jatene como CCO e Walter Longo passando a se dedicar exclusivamente ao cargo de VP e mentor de Estratégia e Inovação Grupo Newcomm, é o início do plano. “Acredito que sucesso é sobre liderança. Temos de investir em liderança e criatividade. Agora temos a agência focada em criatividade. Esse é um plano no qual acredito. É uma mudança dramática para investir na cultura pop”, reforça Heekin.

Ainda usando Cannes como exemplo, o executivo destaca que hoje, no cenário global, a propaganda tradicional vem perdendo espaço e a cultura pop, por sua vez, ganhando mais atenção. “Acredito que precisamos olhar para o que está vencendo. Em Cannes vimos um movimento distante da propaganda tradicional e mais espaço para diferentes plataformas, eventos, ativações, PR e digital”, enumera.

Do outro lado, o novo board mostra que está alinhado à expectativa global e a cultura pop já começa a fazer parte do dia a dia das operações (leia mais nesta página). “Nosso objetivo é participar da cultura pop, entender o que é e fazer parte disso. Nossas ideias, pessoas, talentos: tudo o que a gente fizer vai ser para colocar nossas marcas dentro do que acontece no mundo e não necessariamente do que acontece na propaganda”, diz Jatene. “Estamos nos preparando muito para isso. Temos uma linha de frente mais jovem, moderna e próxima do que está acontecendo na rua e no cliente”, reforça Prandini.