As grandes agências vivem um momento de reposicionamento. Muitas das pequenas e médias, por sua vez, estão em um processo de segmentação dos serviços oferecidos e têm se tornado especialistas em pequenas áreas, cobrindo algumas demandas e brechas que surgem com as novas tecnologias e inovações constantes do mercado criativo.

É sobre essa curva de inovação que Eric Santos, CEO da Resultados Digitais, analisa o mercado publicitário brasileiro. Segundo ele, as pessoas estão preocupadas em manter o mesmo modelo de negócio, colocando apenas novos ingredientes e sabores. No entanto, o trabalho das pequenas e médias muda radicalmente o mercado. “Esse negócio de ser só um atravessador de mídia e o modelo tradicional que as agências se acostumaram a ser está morrendo. As agências estão tendo que ser braços digitais e criativos das empresas. Muitas delas, inclusive, que estão fazendo bons trabalhos de mudança de modelo de negócio, mas acho que as grandes estão atrasadas, porque as pequenas já estão fazendo isso”.

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As empresas menores não podem se dar ao luxo de ‘jogar dinheiro fora’, analisa Santos. Por isso, elas precisam de retorno efetivo e quando as agências atuam em um modelo de serviço mais moderno, de inbound marketing, de conteúdo e de métricas, são contratadas. “Eu vejo que as grandes agências estão tentando trazer elementos digitais e realmente transformar o seu modelo de negócio, mas ainda em uma perspectiva antiga. No outro mundo, são quase 300 cidades atendidas por nós, e das TOP 50 agências da RD, 27 não estão nas capitais e apenas 12 estão em São Paulo. Agências pequenas, com poucas pessoas, atendendo clientes que estão desassistidos, que não são atendidos pelas agências grandes, estão crescendo. Algumas começaram com a gente com dois funcionários e agora, dois anos depois, já têm 30 colaboradores. Vejo um negócio saudável e que está crescendo”, afirma Santos.

A rápida migração do modelo de negócio é urgente. As consultorias estão entrando no mercado com força total e o mercado pode estar passando por um momento de crise de identidade. Santos se classifica, no entanto, como cético sobre a possibilidade de mudança nos negócio das grandes agências. As que estão nesse processo, para ele, estão ‘queimando pontes’, de forma positiva, e investindo em algo que vai ser a aposta e o futuro da agência. “Algumas estão criando empresas paralelas. Você mantém a ‘galinha dos ovos de ouro’, que vai sobreviver pelo tempo que tiver que sobreviver, enquanto a do lado está crescendo e que é pequena agora, mas em cinco anos vai ser grande”. 

O PROPMARK está participando do RD Summit a convite da Resultados Digitais e a entrevista completa com Eric Santos, além de outras novidades do evento, estarão disponíveis na edição impressa da próxima segunda-feira (23)