O primeiro reflexo da reorganização operacional do Ogilvy Group, anunciada em Nova York na semana passada pelo CEO global John Silbert, no mercado brasileiro é a integração da 3yz no escopo de serviços da agência, que também vai integrar as operações da OgilvyOne (marketing direto), Ogilvy & Mather (publicidade) e da Ogilvy PR (relações públicas).

A partir de agora a identificação corporativa é simplesmente Ogilvy. Apenas a David e a Jüssi permanecerão com gestão independente. A medida também não é uma departamentalização, mas uma proposta de envolvimento total de especialistas nas disciplinas disponíveis de comunicação a serviço dos seus clientes. Tudo estará em consonância com a expertise da criatividade. O rebranding é global e vai muito além da modificação das fontes e cor da marca da holding inglesa WPP orquestradas pela Collins. A ideia é simplificar a operação com a redefinição de cargos e valores, postura estratégica e tecnologia.

Divulgação

Nas palavras de Fernando Musa, agora Chief Executive do Grupo Ogilvy Brasil, a palavra-chave para o momento é refundação. Mas esse processo não significa renegar o legado do fundador da rede, David Ogilvy. Em sua opinião, ao elencar a criatividade como vetor principal desse movimento, o protagonismo permanece com ele.

“David Ogilvy inventou a publicidade moderna. O que está acontecendo é uma revisita aos seus valores no contexto de 2018. A aplicação do marketing mudou e temos de acompanhar esse ritmo”, explica Musa, que integrou o Enterprise Leadership Team, composto por 35 executivos do Ogilvy Group sob a liderança de Silbert, para consolidar a proposta de mudança.

São seis capabilities que vão nortear a operação: estratégia de marca, publicidade, engajamento de clientes e comércio, influência e relações públicas, transformação digital e parcerias. Já a Ogilvy Red, consultoria especializada em estratégia e inovação, destinada a resolver problemas de negócios/marcas por meio da combinação de dados, insights, ideias e criatividade, agora se chamará Ogilvy Consulting, movimento para competir com consultorias como Accenture, Deloitte e PwC. Junto com todas as mudanças, o grupo ganha também uma nova plataforma digital global, a Connect, focada no compartilhamento de conhecimento, de desenvolvimento profissional e de integração customizada de comunidades virtuais para treinar pessoas e reunir equipes.

Para se adaptar à nova fase a Ogilvy está passando por uma reforma do prédio que abriga sua operação em São Paulo. Um dos andares já está pronto.

“Já estávamos fazendo mudanças para acompanhar a tendência que vinha sendo costurada globalmente nos últimos meses. Todas as áreas já conversavam entre si. Além disso, formalizar estúdios para a produção de conteúdo, inclusive dentro da Nestlé. O propósito é pensar as estratégias das marcas que nos confiam à sua comunicação com um time instalado em uma única empresa. O John Silbert define esse modelo de next chapter. É isso mesmo. Esse capítulo também passa pelas áreas financeira, recursos humanos e equipes dos clientes”, destaca Musa.

“Estamos construindo sobre o legado criativo de David Ogilvy para fomentar o nosso futuro”, resume o executivo Tham Kai Meng, CCO global do Ogilvy Group.

Leia mais
Ogilvy anuncia nova marca e reposicionamento global
André Gramorelli é o novo diretor geral de mídia da Ogilvy Brasil