Todo processo de fusão gera certa confusão até que seja estabelecida uma cultura que tanto cliente quanto os próprios colaboradores possam se identificar. Não foi diferente com a fusão da Salve Tribal e LDC (antiga Loducca) no fim do ano passado. Para dar corpo à nova fase da agência, bem como evidenciar sua essência como especialista em pessoas, algo compartilhado por todas as operações do Grupo ABC, Carlos Pitchu e Carlos Fonseca foram anunciados para a copresidência. O modelo já é tradicional no grupo, eternizado há mais de 30 anos por Nizan Guanaes (criação) e Guga Valente (gestão de negócios). 

Passados 100 dias desde que a operação começou a funcionar oficialmente como Tribal Worldwide, seus copresidentes se sentem mais confortáveis para fazer uma análise do período agora com a casa em ordem. A sinergia entre eles e a complementariedade de suas expertises foram as primeiras conquistas. “Faz muito sentido ter duplas no comando. O que eu e o Carlão fazemos é absolutamente complementar. Mas é imprescindível que os dois tenham status de comando. É como em um restaurante. O chef que comanda a cozinha precisa ter esse posto, não adianta ter só um empresário dono do restaurante. O nosso trabalho é criativo, e ao mesmo tempo é um negócio cheio de número e planilhas. Precisamos trabalhar juntos para construir algo brilhante, que gere riqueza”, destaca Pitchu.

Marçal Neto/Divulgação

Como resultado dessa parceria, o período já contou com conquistas relevantes. A agência venceu a concorrência para a conta de publicidade online e offline da Nextel, cliente de longa data da Loducca, mais recentemente LDC. Com algumas prospecções à vista, os executivos se debruçam agora em conduzir a agência para um novo patamar: o futuro.

“Tanto a Loducca quanto a Salve tinham um cromossomo em comum, que era a preocupação de cuidar, esse respeito com as pessoas. Apesar de terem sido agências bem diferentes naquilo que entregavam, essa essência é muito parecida. O que a gente sentiu mais foi o perfil do trabalho, o jeito de atuar. Chegamos com a missão de colocar o negócio no futuro”, explica Pitchu. Para o executivo, ir além do modelo tradicional de agência é o foco da operação, sem precisar se encaixar em nenhuma caixa ou modelo preestabelecido.

“A grande proposta de valor que a gente oferece para os clientes é mostrar que as marcas não se constroem apenas através de advertising, mas orquestrando um conjunto de experiências em vários pontos de contatos. Nós somos equipados assim não porque somos ‘integradão’, mas porque entendemos que despejar grandes valores em advertising não resolve tudo”, ressalta Fonseca, ou Carlão, como é conhecido no mercado. Para o criativo, boas ideias independem de plataformas, mas cada vez mais estarão orientadas por dados e novas tecnologias.

“As métricas e comprovações de eficácias não jogam contra a criatividade, mas a desafiam a ser cada vez mais certeira, a buscar saídas comprovadas. Não tem mais motivo para fazer criação pela criação”. Otimista quanto ao futuro da profissão, Carlão reforça o valor da intuição humana. “Fico imaginando a quantidade de insumos que o criativo tinha no passado. Hoje você existem ferramentas para te dar insights, a vida do criativo tem melhorado, ao contrário do que se pensa. Mas se tem algo que nada vai substituir é a intuição humana”.

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