O primeiro trimestre de 2018 foi bom para a Y&R, comparado ao mesmo período do ano passado. E há otimismo para os próximos meses, segundo Marcos Quintela, presidente do Grupo Newcomm (que controla, em sociedade com o WPP, agências como Y&R e Wunderman). O otimismo é justificado. Entre as conquistas recentes da agência está a conta do Santander. Mas, apesar de ver um cenário de melhora, ele acredita que é preciso manter o foco nos resultados, e ter atenção.

“Temos a expectativa de ser um pouquinho melhor que o ano passado, as coisas estão caminhando para frente, para cima. Não vejo uma grande melhora, mas um pequeno crescimento, o que já é importante. O primeiro trimestre já foi bom, comparado ao ano passado, não foi excelente ou excepcional. Mas cresce este ano ainda”.

Divulgação

O mesmo raciocínio vale para outros temas que rondam o mercado, a exemplo da polêmica com o Facebook sobre a utilização indevida de dados de 87 milhões de usuários da rede social pela consultoria Cambridge Analytica. O escândalo colocou a plataforma no centro de discussões e na posição de responder, muito mais do que questionar. Em depoimento no Senado dos Estados Unidos, o presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, admitiu erros na rede social, pediu desculpas, fez promessas e deu abertura a pontos que refutava.

Para Quintela, tudo isso acendeu um sinal de alerta também para agências e marcas, sobre o uso de CRM e a forma de chegar às pessoas, por exemplo. “Esse problema do Facebook confirmou e consolidou que realmente precisa ter muita atenção. As agências e os clientes não vão deixar de fazer [CRM], mas farão de uma maneira um pouco mais atenta e mais precisa. Vai ter o double, o triple check em relação a isso.”

Ele mesmo já sofreu com dados que viraram anúncios. Uma vez postou que estava fazendo churrasco com amigos e passou mais de um mês recebendo anúncios. “Escrevi ‘comendo um churrasquinho aqui com o pessoal, tarde de domingo’ e fiquei recebendo anúncio de churrascaria, faca para corte, sal grosso… Não tinha interesse em comprar, só fiz uma foto. Isso não é marketing eficiente. Tem de ser revisto”.

O episódio é um dos que exemplificam a forma “muito aberta” de impactar um possível consumidor. O profissional acredita que o Facebook vai mudar de alguma forma, servindo de exemplo para o mercado como um todo. “O momento é de ajuste, de dar um passo para trás para dar dois para frente”, diz.

Quintela assumiu o Lide Comunicação há cerca de um mês e está em planejamento para implementar medidas no segundo semestre. A pasta foi criada para ajudar na comunicação com os diversos públicos, empresários, companhias e colaboradores.

Ele se aproximou mais do evento em 2017 quando foi convidado por Luiz Fernando Furlan, chairman do Lide, e por Celia, VP executiva do Grupo Doria, para ser o curador do Fórum de Marketing do Guarujá. “Eles ficaram felizes com o resultado da curadoria e com a minha vontade de ajudar o Lide como um todo. Estou muito feliz em contribuir, porque adoro a filosofia do Lide.”

Leia mais
Marcos Quintela assume Lide Comunicação
Y&R ganha concorrência do Santander