Alisson Fernández

Propósito. Essa foi a palavra que permeou o summit realizado pelo Grupo Boticário, que detém as marcas O Boticário, Eudora, Quem Disse Berenice, The Beauty Box, Multi e Vult, nesta quinta (06), em São Paulo, e que reuniu executivos, parceiros, jornalistas e influenciadores para comemorar as conquistas e encerrar o ano de 2018. Com histórias que misturavam relatos pessoais com os propósitos da companhia, executivos revelaram algumas de suas experiências de vida e discorreram sobre temas como sustentabilidade, inovação, paixão pelo cliente e empreendedorismo.

“Este ano pensamos em um evento diferente. Trouxemos os nossos vice-presidentes para apresentar suas histórias, pois elas possuem um olhar de transformação. E isto faz parte do nosso dia a dia. Afinal, vivemos em um mundo em constante transformação. Os quatro temas abordados no palco fazem parte do pilar da nossa companhia há anos. A sustentabilidade, por exemplo, faz parte da nossa essência. A inovação é a nossa palavra chave. A paixão pelo cliente nos encanta, pois queremos sempre entender a forma como o consumidor escolhe seus produtos. E o empreendedorismo que é o sangue que corre nas veias do grupo, que deseja sempre melhorar”, diz Artur Grynbaum, presidente do Grupo Boticário.

De olho no futuro e nos avanços da tecnologia, o Grupo Boticário informou que investe até 3% de sua receita líquida em inovação. Este ano a marca O Boticário apresentou ao mercado as suas duas primeiras fragrâncias desenvolvidas com a ajuda da inteligência artificial. A criação foi realizada com a parceria da Symrise, casa de fragrâncias, e a IBM Research.  

“Ficamos muito orgulhosos em ser a primeira marca a lançar uma fragrância criada através da inteligência artificial. Um nível de ousadia tem sempre que estar presente em nossos lançamentos e já apresentamos centenas de iniciativas. As novas tecnologias são bárbaras, mas não podemos esquecer que por trás de tudo isso há um ser humano. Estamos aqui para facilitar a vida das pessoas e deixar um impacto positivo no mundo”, revela Grynbaum.

Alisson Fernández

A expansão internacional também ganhou um capítulo importante este ano. Depois de Portugal, Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Paraguai, Venezuela e Japão, chegou a vez de Dubai, nos Emirados Árabes, inaugurar a primeira loja física de O Boticário.

“A presença fora do país vem crescendo ano a ano e já estamos em 15 países. O Boticário foi a primeira marca a cruzar as fronteiras em 1986, quando foi para Portugal. Agora, olhamos com um pouco mais de atenção para esse mercado externo, temos um trabalho na Colômbia em desenvolvimento bastante importante, em Portugal, não só com O Boticário, mas também com Quem Disse Berenice, e agora, em Dubai, que traz uma oportunidade de experiência bastante diferente. Não só com relação a expansão, mas sim no entendimento desse consumidor. E as primeiras impressões tem sido bárbaras”, comenta Grynbaum.

CAMPANHAS QUE DERAM O QUE FALAR

As dificuldades de entender o consumidor e os desafios enfrentados com as comunicações de O Boticário também foram comentadas por André Farber, vice-presidente do Grupo Boticário, que relembrou campanhas com casais gays, com família de negros e a última, de Natal, que traz um menino deficiente auditivo, que dividiram opiniões nas redes sociais. “Não foi nossa intenção gerar barulho com as nossas comunicações. Queremos representar todas as pessoas em nossas campanhas. É uma nova forma de enxergar a sociedade, falar da nossa marca e vender os nossos produtos”, diz.

PERSPECTIVAS

Apesar do momento político, da greve de caminhoneiros e de diversas outras complexidades de 2018, o Grupo Boticário investiu R$ 300 milhões em suas marcas e encerra o ano com um crescimento de 7%. Ainda segundo a companhia, as perspectivas para 2019 são mais positivas.

“O balanço é extremamente positivo se olharmos o ano desafiador que tivemos. Com toda a crise dos últimos anos não deixamos de crescer. Todos nós estamos com uma expectativa que o próximo ano seja melhor. Esperamos do novo governo algumas ações que ajude o mercado voltar a girar, e falo isso me referindo a todos os segmentos da economia, para que a gente possa oferecer mais oportunidades de emprego. Ao longo de todos esses anos continuamos contratando, mas a economia como um todo precisa oferecer isso também. Então, as perspectivas são boas, dependemos destes primeiros atos, e precisamos nos unir em prol de um país melhor”, finaliza Grynbaum.