Pelo segundo ano consecutivo, a Avon patrocinou o evento  “Noite da Beleza Negra do Ilê Aiyê” – o bloco afro sediado em Curuzu, no bairro da Liberdade de Salvador, um dos de maior população negra do país . É o maior concurso de beleza negra do país, tradicionalmente realizado na “Senzala do Barro Preto”, sede do Ilê, no Curuzu. A marca foi responsável por treinar maquiadoras e maquiadores que prepararam  as candidatas, em um workshop com Daniele Damata, de São Paulo, especializada em pele negra, que já trabalhou com nomes como Djamila Ribeiro, Tássia Reis e Liniker. Todos os produtos usados na competição foram da Avon, incluindo lançamentos como uma extensa linha de batons Nude.  A Noite da Beleza Negra é realizada há 40 anos e escolhe a “Deusa do Ébano”, que ganha destaque no carnaval e participa das apresentações do bloco no Brasil e no mundo ao longo do ano. São 15 finalistas, que precisam atender aos requisitos de beleza, atitude, aptidão para a dança afro e conhecimento sobre a história do Ilê Aiyê e do povo negro na Bahia. Este ano, a vencedora foi a Daniele Nobre, de 30 anos, devidamente coroada na madrugada de sábado (16) para domingo (17) pouco antes de apresentações de Gilberto Gil, Caetano Veloso e Daniela Mercury.  Neste bate-papo, Danielle Bibas, VP de marketing da Avon, fala da importância deste patrocínio e do foco em diversidade da empresa.

 

Como nasceu a perspectiva e a possibilidade de patrocinar o concurso Rainha da Beleza?

A parceria de Avon com Ilê Aiyê, iniciada em 2018, é um encontro de duas instituições que se admiram e  valorizam a diversidade de forma ativa. A Avon sempre foi pautada por temáticas de diversidade em suas campanhas e na variedade de seus produtos, por isso, apoiar um concurso extremamente empoderador para mulheres negras como o Noite da Beleza Negra é uma oportunidade de firmar o nosso compromisso como marca que constantemente trabalha para apoiar mulheres na descoberta do poder transformador de si mesma, de se reinventar e atuar como deseja na sociedade.

Em que consiste, exatamente, o patrocínio – como a Avon se vale deste espaço, deste importante acesso a este espaço e a tantas pessoas ligadas ao Ile Ayiê?
A marca foi responsável por treinar maquiadoras e maquiadores que prepararão as candidatas em um workshop ministrado pela maquiadora Daniele DaMata, de São Paulo, especialista em pele negra e que já trabalhou com nomes como Djamila Ribeiro, Tássia Reis e Liniker.  Todos os produtos de beleza usados competição também são Avon, incluindo os lançamentos, entre eles uma extensa linha de batons Nude, valorizando a diversidade de tons de pele da mulher brasileira.

O que este concurso tem, na sua visão, de peculiar?
O Noite da Beleza Negra é um evento de extrema importância pois ele reflete a beleza da mulher brasileira em toda a sua totalidade. 

 

Como a Avon tem procurado trabalhar a proximidade com o público negro? Tem linhas destinada a esse público?
Ao longo dos anos procuramos direcionar o nosso posicionamento como empresa para ampliar ainda mais o nosso público englobando diferentes perfis. O nosso foco em políticas de diversidade foi fundamental para fazer com que mais pessoas se sentissem representadas pelo nossos produtos e pelas bandeiras que levantamos. No ano passado, por exemplo, lançamos uma campanha com 18 tons de base que foram criados para se adaptarem às nuances de mais de 94 milhões brasileiras. Agora, em 2019, trazemos uma extensa paletas de cores para batons Nude da linha Ultramatte, com 9 opções que contemplam diversas tonalidades de pele. 

 

Como surgiu a ideia de uma mensagem sobre o empoderamento negro, comprando essa “causa”?

A empresa possui metas claras de diversidade que não se limitam a contratação. Nos certificamos que todas as comunicações da marca trabalhem a ideia de empoderamento, pois, além de ser a nossa bandeira há 130 anos, é uma nova forma de estarmos presentes e atuantes na sociedade de maneira consciente. 

 

Qual o benefício para marcas como a Avon de se posicionar politicamente defendendo a batalha e a defesa dos negros?

 Para nós, do setor de beleza, refletir a diversidade da brasileira vai além de dar voz e representatividade, é ser consciente e responsável, pois quando consumidor se sente representado, ele se sente respeitado. 

 

O que me impressionou foi o cunho político do evento do Ilê Ayiê, com manifestações e apresentações de viés bem político, de protesto, de luta. Marcas devem se posicionar por causas?

 Vivemos um momento-chave, em que a transparência parou de ser um diferencial para as marcas e passou a ser pré-requisito para sua sobrevivência. Nesse contexto, nossas ações precisam ser maior do que o discurso e acreditamos que marcas e grandes corporações exercem um papel muito significativo na mudança da sociedade.

 

No caso da Avon, que outras causas a empresa vai abraçando?

A Avon foi a primeira marca a ter uma protagonista negra em uma campanha de maquiagem e a primeira a ter um comercial protagonizado por uma trans em TV aberta. Mas, mais do que um posicionamento, filme de TV ou ativações, o envolvimento do consumidor com a marca vem de ações concretas e verdadeiras que fazem sentido pras duas partes.  Para além das nossas campanhas, no ambiente corporativo temos projetos como Rede pela Diversidade, grupo que conta com colaboradores de diferentes áreas para discutir em células temáticas sobre gênero, raça, LGBTQ+ e pessoas com deficiência. 

 

Qual a força da marca hoje junto às mulheres negras? Há pesquisas sobre o assunto?

Desenvolvemos pesquisa direcionadas às mulheres por meio do Instituto Avon. Ano após ano, o trabalho do instituto é focado na dedicação em salvar vidas, apoiando e desenvolvendo ações que tenham em sua essência a premissa de superar dois dos principais desafios à plena realização da mulher: o combate ao câncer de mama e o enfrentamento das violências contra as mulheres e meninas. Como braço de investimento social da Avon, empresa privada que investiu mais de 150 milhões em ações sociais voltadas às mulheres no Brasil, o Instituto já apoiou a realização de mais de 300 projetos e ações, beneficiando 6 milhões de mulheres.

 

Qual tem sido a abordagem da Avon na publicidade, na questão da igualdade racial e em especial em relação ao movimento negro?

A Avon lançou em novembro, mês do Dia da Consciência Negra, uma reflexão inédita no Brasil sobre Afrofuturismo, movimento pluridisciplinar que retoma o passado da perspectiva negra, para reconhecê-lo no presente e ser capaz de construir um futuro inspirador. O trabalho foi uma criação da JWT + projeto 20/20 (projeto da agência responsável pela publicidade de Avon, que pretende contar com 20% do quadro de funcionários completo por negros em cargos estratégicos até 2020), junto ao coletivo MOOC (Movimento Observador Criativo) – grupo formado por oito jovens negros de periferias de São Paulo, que trabalham para expressar o lifestyle de suas comunidades por meio de música, moda, literatura, cinema e arte – traz propostas futuristas.