Se houvesse a equidade de gêneros no mundo, o PIB mundial teria um aumento de US$ 28 trilhões em 10 anos. Esses dão dados da pesquisa “Closing the Gender Gap”, da McKinsey & Company. Já o PIB brasileiro teria um aumento de US$ 850 bilhões se a desigualdade acabasse. Segundo o relatório, é setor privado, agindo em conjunto com os governos, seria o responsável por ter o papel fundamental nessas mudanças. Nos países onde a pesquisa foi realizada, a disparidade entre salários de homens e mulheres num mesmo cargo é alta ou muito alta na maioria dos casos.

Esses dados foram apresentados durante o primeiro dia do 5º Fórum Mulheres em Destaque, plataforma de conteúdo sobre liderança feminina no Brasil. O evento foi realizado entre os dias 25 e 26 de novembro em São Paulo e recebeu diversos líderes para discutir a equidade de gêneros.

A McKinsey examinou 75 tipos de intervenções que podem ajudar no controle da desigualdade e mais de 150 casos em todo o mundo. O estudo foi elaborado com base em 15 indicadores de desigualdade econômica, social e política, que deram origem a um novo índice, o Gender Paritty Score (GPS). O nível das diferenças entre homens e mulheres foi avaliado e mostra que ainda há muito o que se fazer.

As mulheres são 42% da força de trabalho na América Latina, mas são responsáveis por apenas 33% do PIB. Com a igualdade, o país teria um aumento entre 14 e 30% no PIB em 2025. Na Europa Ocidental, os números são de 43% da força e 38% no PIB. Na América do Norte e Oceania a diferença é um pouco menor: 46% de força e 40% do PIB.

Entre os indicadores de desigualdade, estão a participação no mercado de trabalho, diferença salarial, mortalidade pós-parto, nível de educação, representação política, casamento infantil e violência contra a mulher.

Palestras

O evento começou com Lígia Sica, coordenadora do grupo de pesquisas em direito e gênero da FGV Direito, comentando sobre o cenário das mulheres em posições de liderança no Brasil. Segundo ela, ao contrário do que a mídia divulga, de que o mercado de trabalho tem aumentado expressivamente para as mulheres, a realidade é bem diferente. “A mídia subestima a mulher passando a mensagem de que ela precisa sempre se qualificar mais para chegar à liderança, mas inclusive do que seus colegas homens, mas isso não é verdade”, explica.

A coordenadora ainda afirma que há dúvidas se esse é realmente o momento das mulheres, pois elas estão com potencial de crescimento estagnado. Ligia afirma que a presença feminina em altos cargos aumenta o desempenho sustentável das empresas. “Em diversos estudos está provado que as companhias são mais lucrativas quando têm mulheres e não somente em posições de liderança. Nos últimos anos, organizações com CEOs mulheres foram 10% mais lucrativas do que empresas com CEOs homens”, afirmou.

Premiação

O Prêmio Mulheres em Destaque, que todos os anos homenageia mulheres líderes do mercado, premiou Luiza Helena Trajano, presidente do Magazine Luiza, e Liz Azevedo, VP de desenvolvimento humano e organizacional do Grupo Boticário.

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Como novidade neste ano, dois homens que patrocinam boas práticas de equidade de gênero em suas organizações foram homenageados. Os líderes escolhidos pelo Conselho Consultivo do Fórum Mulheres em Destaque foram Marcio Fernandes, presidente da Elektro e Marcos Scaldelai, presidente da Bombril. Além disso, Scaldelai assinou o compromisso da Bombril de ser uma empresa signatária dos sete princípios de Empoderamento das Mulheres da ONU. 

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