O caráter omnichannel da agência F.biz ganhou novo contorno com a implementação da área de live marketing, que está sendo conduzida pelo executivo Pablo Fantoni, ex-BFerraz, que também coordena o setor de produção gráfica. A atuação é integrada à criação, que é comandada há dois anos pelo vice-presidente Guilherme Jahara. Na recente edição do Lollapalooza, a agência mostrou seu arsenal nessa disciplina de comunicação com uma ativação para a marca Ray-Ban, da Luxottica, que permitiu a interação de pessoas que davam likes nos tablets disponíveis no espaço, curtindo quem estava do outro lado do visor, com formato de óculos. Ao gostar um do outro, o casal dava um “match” e garantia um encontro face a face. O espaço também tinha exposição de produtos da marca e um lounge de relacionamento no andar superior. Jahara afirma que o conceito club round foi o destaque desse projeto promocional.

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“Nosso plano é desenvolver ações capazes de serem multiplicadas nas redes sociais. Temos exemplos internacionais testemunhados por duas mil pessoas, que ganharam repercussão superior a 20 milhões de views. No Lollapaloosa o volume de viralizações foi bastante elevado. O propósito não é realizar o live marketing tradicional de feiras e convenções, vamos usar a criatividade nessa plataforma para garantir aos nossos clientes, como Motorola, Luxottica e Chivas, uma comunicação multiplataforma”, explicou Jahara.

O VP da F.biz relembra o projeto Olhar Chivas, vença do jeito certo, que consistiu na instalação de binóculos especiais em locais da Avenida Paulista, em São Paulo, para estimular o empreendedorismo social. Os usuários eram expostos a documentários com os projetos da estilista Flavia Aranha; do Worldpackers, de Ricardo Lima; do ProDeaf, de Flávio Almeida; do Atados, de André Cervi; e do Zerezes, de Luiz Eduardo Rocha. “A ideia era engajar pessoas a conteúdos que a marca considera relevantes. Nos inspiramos nos binóculos usados em espaços turísticos, como no Empire State, em Nova York, ou na Torre Eiffel, em Paris”, justificou Jahara.

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Criada há 17 anos como produtora digital, a F.biz, desde a chegada de Jahara, assumiu a postura de fornecedora de comunicação integrada. Mesmo quando o direcionamento é digital, como a campanha Pequenas revoluções, para o sabão em pó OMO, a elaboração não estabelece muros. “Esses filmes poderiam ter edição para televisão aberta. Já temos contas, como a da Subaru, que demandam ações integradas. 45% dos nossos clientes já têm o perfil de atendimento integral. O Vibe, novo celular da Lenovo, e a linha Moto, da mesma marca, vão ter essa pegada”, observa o VP da agência, que formalizou nova nomenclatura para a área de RTVC e art buyer. “A partir de agora, identificamos esses setores como departamento de produção audiovisual, gerenciado por Iara Demartini, porque há um outro valor. Temos muitos fotógrafos dirigindo comerciais, como o Ricardo Barcellos, que comandou o set do comercial para a cafeteira Drop Dolce Gusto. Não falo de filme com ator, mas de still”, acrescenta.

Apesar de destacar o modelo holítico, Jahara não nega o know how digital da F.biz, “Temos um conhecimento notório das ferramehtas do Facebook e usamos esses recursos com muita inteligência. O Facebook está além dos posts e agora tem uma área live. Temos reuniões regulares com o pessoal de criação do Facebook, o Mauro Cavaletti e o Rafa Vasconcellos, que nos mostram caminhos. A Juliana Consentino nos ajuda no Instagram. Não é por outro motivo que temos três estúdios internos: motion graphics e animação, fotografia e finalização gráfica”.

A F.biz também passou a ganhar prêmios. No Cannes Lions 2015, ficou com Leão de prata na competição Outdoor, com Bolsos, para Saraiva; e Leão de bronze em Press, com Blind Spot, para Pernod Ricard. Também ganhou Estrela de bronze, na categoria Design Branding, com a identidade visual criada para o salão de beleza Detrich, no Festival do Clube de Criação de São Paulo, no ano passado.