As recentes explicações do Governo Federal para a abordagem da campanha “Gente boa também mata” não foram suficientes. A pedido da Secretaria Especial de Comunicação da Presidência da República (Secom) as peças de mobiliário urbano que causaram polêmica na internet serão retiradas.

Os anúncios traziam frases como “quem resgata animais na rua também mata” e “o melhor aluno da sala pode matar” e associavam pessoas que faziam boas ações a potenciais responsáveis por infrações graves de trânsito. A abordagem dividiu opiniões na internet e rendeu ao Ministério dos Transportes, até então, responsável pela ação, até mesmo acusações de crueldade contra animais e racismo, além de críticas considerando-a “irresponsável” e de “mau gosto”.

No final desta quarta-feira (4), a Secom anunciou a retirada “imediata” dos paineis das ruas e o início à segunda fase da campanha, com novas peças produzidas, sem referências às imagens polêmicas. Em entrevista ao Estadão, Márcio Freitas, secretário de Comunicação da Presidência, disse que as novas peças desenvolvidas pela agência nova/sb não gerarão custos adicionais. “Ao levar essas peças para o cartaz houve um equivoco. A comunicação não foi bem feita. E por isso determinamos a retirada desses cartazes e as imagens que estão associadas”.

Também em entrevista ao jornal, Maurício Quintella Lessa, ministro dos Transportes, isentou o ministério da responsabilidade pela campanha, explicando que a iniciativa de criação e gestão é da Secom, mas os impactos negativos recaíram sobre a instituição. Ressaltou ainda que partiu dele o pedido da retirada das peças e da assinatura do ministério dos Transportes.

“Liguei para o Márcio Freitas na segunda-feira e disse que na minha opinião a campanha tinha que ser retirada, mas a Secom defende a manutenção”, disse Lessa ao Estadão. “Ontem à tarde voltei a procurá-lo porque é o ministério que está na linha de tiro. Eles se comprometeram a mudar as peças dessa primeira etapa”.