O mercado financeiro é hoje um dos maiores clientes de empresas de branding. Carolina Mello e Letícia Pettená, estrategistas e sócias da Marcas com Sal, explicam que contribuíram para isso o aumento do volume de empresas no setor na última década, o amadurecimento do investidor – que diversifica suas formas de aplicação de dinheiro – e o crescente fortalecimento do papel das gestoras de recursos independentes. A empresa tem nesse segmento alguns de seus principais clientes, como Verde Asset, RB Capital, Kinea e Vista Capital.

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“As gestoras de recursos independentes precisam deixar claro para o investidor, além do resultado, seu trackrecord, sua filosofia, crenças, método e histórico para serem preferidas”, diz Carolina Mello, da Sal.

A empresa de branding tem cinco anos de existência e conta com cerca de 10 pessoas, sendo que mais dois profissionais tornaram-se sócios este ano. Tem no portfólio trabalhos realizados para Globo, Itaú, AES, Comgás, Zap e startups como Pic-Me (alimentação saudável), Odata (Datacenters) e Woof (produtos para pets). Para o Itaú, por exemplo, a empresa realizou alguns projetos para a marca institucional: o primeiro ligado a estratégia de marca durante a Copa de 2014, e outros projetos de posicionamento, nome, criação visual para segmentos como produtos de investimentos e financiamentos de veículos. O trabalho para a TV Globo foi feito entre 2011 e 2013: um processo completo de gestão da marca que passou pelo reposicionamento, arquitetura da marca, tom de voz e mais tarde, em 2014, projetos de capacitação, conteúdos transmídia e inovação. 

No caso do mercado financeiro, a Sal realizou para a Verde Asset Management uma estratégia para desvinculá-la da imagem do Credit Suisse.

Carolina explica não ser possível ter uma só metodologia atendendo clientes tão distintos, valendo-se de referências acadêmicas como o Business Model Canvas – metodologia para modelos de startups – ou Aaker e Tim Calkins para projetos de arquitetura de marca.

“Não existe metodologia One Size Fits All”, diz a sócia, lembrando também que tudo o que a empresa propõe deve ser útil e aplicável, numa busca permanente de ser, além de criativos, assertivos.

O que os clientes querem, segundo ela, são respostas úteis e envolventes, e o branding converge cada vez mais para a alma dos negócios.

“O que fazemos é esclarecer as intenções da empresa e isso é cada vez mais uma discussão central para a sobrevivência e relevância delas. Tratar branding como projeto de comunicação é miopia”, conclui.