Reprodução/ Instagram

O Brasil sempre foi conhecido como o país da caipirinha. No entanto, historicamente, a bebida de maior sucesso e aderência entre os brasileiros é a cerveja – de acordo com os últimos dados do Cisa (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool), ela corresponde a 62% do consumo de bebida alcoólica no país.

Ainda assim, o mercado de destilados vem encontrando por aqui potencial promissor para se desenvolver por meio da coquetelaria e ampliação das ocasiões de consumo. O ícone desse movimento foi o gin, que passou por processo de rejuvenescimento e até mesmo de mudança na forma como era servido para tornar-se mais “instagramável”. O whisky veio logo atrás, deixando de ser algo vintage para fazer sucesso nas baladas. Agora é a vez do rum.

Assim como a cachaça, o rum é feito a partir do melaço e outros derivados da produção de açúcar e tem sua origem nas colônias europeias na América. Mesmo sendo o principal ingrediente de drinques como o mojito e a cuba libre, a bebida caiu em desuso nas últimas décadas. Por isso, grandes marcas estão reposicionando o rum de olho nas novas gerações.

No fim de julho, a Bacardí apresentou em suas redes sociais a série Prepara, que traz Anitta ensinando a preparar três clássicos da coquetelaria que levam o rum como base. A ação faz parte da campanha Viva o que te move da marca, que busca criar conexão emocional com o consumidor jovem e posicionar a marca dentro do território de música. 

Já a Brand Factory, incubadora de marcas e projetos da Pernod Ricard, passa a trabalhar a Havana Club no Brasil. A marca é uma joint venture entre a companhia e o governo de Cuba e vem se reposicionando globalmente para adotar uma postura que represente menos o clichê caribenho e mais o ambiente urbano. “Como incubadora de marcas e projetos, nosso papel principal é mapear as demandas dos consumidores e as tendências de mercado. Dessa forma, acreditamos que o rum deve ser o novo grande momento da coquetelaria”, assegura Camilla Junqueira, gerente de negócios da Pernod Ricard.

Divulgação

Para popularizar o consumo da bebida entre a geração Z, que, de acordo com Camilla, é “bastante exigente em relação a mensagens genuínas”, a marca vem ativando o produto não só em festas e eventos, mas também junto aos principais bartenders e bares do país. Alguns desses stakeholders viajaram com a Havana Club para Cuba, onde vivenciaram uma imersão na cultura e nas origens do produto. A empresa vem investindo ainda em treinamentos com influenciadores e público final para que eles conheçam outros drinques e possibilidades de utilização de seu portfólio. “Estamos trabalhando muito os nossos heroes drinks. Para o Havana 3 selecionamos o Daiquiri, um clássico cubano que traz um frescor superadequado ao consumo brasileiro; já com o Havana 7 temos a Cancha, uma releitura da tradicional canchánchara que tem sido muito bem aceita por aqui. Também temos produtos premium para serem bebidos puro. Somos uma marca que transita em todos os territórios”, acredita a executiva. “O rum vem crescendo muito nos Estados Unidos e Europa, que inspiram as tendências da coquetelaria no Brasil. Além disso, sua proximidade com a cachaça facilita a entrada no país. Ele tem tudo para se consolidar também aqui e já há um movimento em direção a isso”, completa.

Sobre o mercado de destilados como um todo, Camilla reforça ainda que o país deve passar, em breve, por processo semelhante ao que ocorreu com a própria cerveja. “Também estamos partindo para uma onda de destilados premium e artesanais. Por isso há uma grande busca, inclusive por parte da Brand Factory,  em trazer aos brasileiros novos produtos que devem compor esse setor”.