Alê Oliveira

A força do storytelling e a importância de criar uma marca forte e de forma bem feita foram alguns dos temas de destaque no primeiro primeiro dia do Pixel Show, feira internacional de criatividade que acontece em São Paulo neste sábado (2) e domingo (3).

 O evento que reúne feira de empreendedores, palestras sobre economia criativa e dezenas de workshops completa 13 anos em 2017. Sob o tema central Tendências, Inspirações e Economia Criativa, o festival cresceu 150% em relação a 2016, deve receber 35 mil visitantes e movimentar ao menos R$ 15 milhões no período.

Primeiro palestrante do dia, Joni Galvão atua no mercado de comunicação e storytelling há mais de 20 anos. Sócio-fundador da da The Plot Company, que usa técnica do storytelling em situações como branding, marketing, propaganda e vendas, ele falou sobre como contar boas histórias, os principais elementos e como utilizá-los para impactar, engajar e marcar o público.

Para ele, que já trabalhou com Discovery Channel, Accenture, Mercedes, Microsoft e Visa, pontos negativos e quebra de expectativas são itens essenciais de boas narrativas. “O mundo cor de rosa acabou. Todas as marcas e empresas têm problemas, isso não pode ser escondido. Invistam no lado negativo, quebrem expectativas. Histórias só são boas se ensinam algo”, disse.

Diretor geral da Interbrand desde 2012, Beto Almeida falou sobre seu conhecimento de branding. Parte da diretoria de estratégia da Abedesign (Associação Brasileira de Empresas de Design), ele tem na carreira cases para marcas como Natura, Abril e Estadão. 

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Em sua palestra ele mostrou exemplos de como a força de marcas bem construídas no design, no posicionamento e conceito, são reconhecidas por detalhes, como a garrafa vazia de Vodka Absolut, que a plateia reconheceu instantaneamente; a frente do Jeep e o propósito de Johnnie Walker. “Por que ter uma boa marca é tão importante? Acelera negócios, abre novos mercados, novas receitas, impacta”, disse.

Responsável pelos projetos de identidade de marca da Latam Airlines e da fusão do Itaú com Unibanco, ele comentou também um pouco do processo de desenvolver a nova marca de companhia aéreas. “Começamos em 2013, foram muitas etapas, times no Brasil e no Chile, com pessoas de vários lugares do mundo. Fomos para a Europa trabalhar com a AirBus, para os Estados Unidos trabalhar com a Boeing. Cobrimos as nossas janelas para não vazar nada. Foram muitos testes de tamanho, de desenvolvimento  de cor etc. Aprendemos que tinta pesa – quanto mais tinta tem mais combustível gasta – entramos nesse mérito. E parar uma aeronave, manter ela no chão, não é barato. Cada detalhe foi extremamente escrutinado”, contou.

O dia também teve palestras com o designer gráfico Claudio Rocha, especializado em tipografia, identidade visual e design editorial, e Marcos Mello, artista gráfico e tipográfico; Marcelo Pontes, da Cactus, que é estúdio, agência, consultoria e casa de produção; Stefan Sagmeister, designer gráfico austríaco que já fez projetos para Rolling Stones, Talking Heads, Lou Reed e Museu Guggenheim; o estúdio de design e animação 2Veinte, da Argentina, especializado em branding para canais de TV; e Daniel Merlin Goodbrey, professor de design narrativo na Universidade de Hertfordshire.

Todas as palestras aconteceram no auditório principal que tem capacidade para três mil pessoas. A outra parte do conteúdo pago são os workshops criativos desenvolvidos pela Zupi Academy, da Editora Zupi, com temas como Animação, Aquarela, Caligrafia, Design, Design Thinking, Diagramação, Estamparia, Ilustração Publicitária, Moda, Quadrinhos, Stop Motion, Terrário e Toy Art.

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Organizado pela Editora Zupi, o evento ficou maior e mais interativo, tendo pela primeira vez simuladores de avião, asa-delta e carro de corrida com uso de realidade virtual, além de experiências imersivas em jogos e narrativas em cenários incomuns.

O festival expandiu o leque de atividades e segmentos na Feira de Criatividade, parte de acesso gratuito e que tem atividades como exposições, o Espaço Makers e a Arena Musical, com cerca de 15 apresentações por dia, performances de live painting, o Tattoo Festival e a Sharp Talks, série de palestras com convidados de diferentes segmentos, como escolas de arte, faculdades, designers, músicos, empreendedores e cineastas aconteceu em três palcos (Tendências, Business – elaborado com a cocuradoria do Sebrae -, e Música e Tecnologia).

Símon Szacher, um dos idealizadores da Zupi junto com seu irmão Allan Szacher, afirma que o Pixel Show tem conteúdo para todos os gostos e expandiu sua programação para atender à demanda de diferentes interesses.

“Nosso desafio é mostrar para as marcas e as pessoas como isso é sensacional. Estamos com atividades para todos os gostos e bolsos. Temos muitas novidades esse ano, várias ativações, é um final de semana que não dura só 48 horas. No Pixel, tem informação, inspiração e conhecimento, networking. É um público jovem antenado, conectado, que gosta de falar sobre enconomia criativa e de experimentar coisas novas”, explica.

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O evento está sendo realizado com patrocínio de Hering, TNT Energy Drink, Cerâmica Atlas e Escola Britânica de Artes Criativas (EBAC), e o apoio é do governo do Estado de SP, por meio do Programa de Ação Cultural (ProAC), dentro da Lei de Incentivo à Cultura.

No estande de Hering, a marca programou oficinas de customização da camiseta e uma brincadeira para o público. As pessoas podiam tentar ‘pescar’ uma bolinha e ganhar prêmios. As surpresas incluiam uma camiseta branca estampada na hora com frases diversas que eram seguidas pela mensagem ‘basicamente é isso’, conceito da campanha da marca este ano.

Segundo Andreia Cavalcante Ribeiro, gerente geral da marca, a Hering se propõe a falar com diferentes públicos e tem o atributo de ser democrática, de falar, se relacionar e estar acessível a uma parcela muito grande da população. “A Hering tem quase 140 anos e está em mais de 14 mil pontos de vendas, é muito acessível. Quando juntamos todas essas coisas a um evento ligado a cultura, a criatividade e ao empreendedorismo, ficou muito interessante e entendemos que era um ótimo ponto apoiar um projeto que incentive a criatividade”, explica.  

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 Uma das dezenas de marcas e empresas presentes, a Moleskine teve um dos estandes mais visitados. Segundo Ana Simões, diretora de negócios de Moleskine, o objetivo do espaço é promover experiência com os fãs.  “A Moleskine navega muito bem nesse ambiente de artistas e designers, é uma referência mundial nesse segmento. Queremos muito estar perto desse público. Moleskine não tem clientes, tem fãs. Trouxemos alguns embaixadores na marca no Brasil para promover experiencias, eles estarão personalizar capas, fazendo ilustrações, conversando com os fãs, ensinando técnicas. Estamos investindo mais para tornar a marca mais acessível no país”, explica Ana Simões, diretora de negócios de Moleskine.

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Outra ativação realizada no evento foi “Ideias além do papel”, criada pela agência Meza para DuPont. A ação atraiu projetos de prototipagem para novas formas de utilizar o Tyvek, material ultra resistente da empresa. As peças foram votadas in loco por executivos de aceleradoras, artistas e de empresas como Havaianas e Fiat. O produto vencedor foi uma mochila para moradores de rua, resistente e portátil, que se transformava em um pequeno abrigo.

Na programação de domingo estão palestrantes como Ricardo Laganaro, diretor responsável por projetos em realidade virtual e 360˚da O2 Filmes; e Michael Aneto, diretor da agência de design digital Perfect Fools, que já trabalhou com Nike ID, Nike + e Fiat eco: Drive, Adidas e Nikon.

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