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Muito se fala das mulheres – no bom sentido, claro – desde que elas entraram com tudo no mercado de trabalho, deixando de cuidar apenas da casa, do marido, dos filhos, dos pais e sogros. Hoje, elas faz tudo isso e muitas outras coisas. Mas o problema continua e não deve acabar tão cedo. Elas fazem muito mais por menos. Como disse uma das entrevistadas deste especial do Dia da Mulher – até a página 60 – ao afirmar que teve de abrir o seu caminho à força, “com facão”.

“Fui sócia durante cinco anos de cinco homens. Isso não é comum, não é um bolinho crocante”, diz Beia Carvalho, presidente da 5 Years From Now. Mas, a vida segue e o sexo feminino continua firme no seu propósito de ser percebido de maneira diferente.

Se as mudanças na sociedade tivessem sido mais drásticas, não seriam necessários a Lei Maria da Penha, o Disque Denúncia e a Delegacia da Mulher. Temos muito a caminhar.

Você vai ver nas próximas páginas que a propaganda, por exemplo, ainda não retrata a mulher brasileira como ela gostaria de ser vista. “Há três anos, o Data Popular divulgou uma pesquisa apontando que 56% dos entrevistados (entre homens e mulheres) não acreditam que a publicidade mostre a mulher da vida real.

Realizado em parceria com o Instituto Patrícia Galvão, o estudo não foi repetido, mas é possível notar que cresceu o número de campanhas que abordam o empoderamento feminino, caso da Avon, Dove e Duloren”.

Outro dado que uma das reportagens traz é mais triste. O texto afirma que, no Brasil, “58% das pessoas com ensino superior são mulheres, porém elas ocupam somente 14% dos cargos executivos”. “Mesmo quando as empresas têm mais da metade do seu quadro de funcionários do sexo feminino, a porcentagem delas na direção da empresa é pequena. Nos Estados Unidos, somente 3% dos diretores de criação são mulheres. A boa notícia é que, mesmo sendo ainda de forma tímida, já dá para começar a ver uma luz no fim do túnel, uma vez que algumas marcas já entenderam que não há volta e agora lideram uma nova maneira de se dirigir às mulheres e várias iniciativas no mundo da propaganda estão sendo pensadas para a equidade entre os gêneros”.

Outra reportagem detecta que quando falamos sobre a participação das mulheres no mercado de trabalho, “alguns tabus ainda são verdadeiros, mas outros nem tanto”. “Se por um lado o salário médio de uma mulher brasileira com educação superior ainda representa 62% da remuneração de um homem que tem a mesma escolaridade, segundo dados apresentados pela Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico, por outro cresce o número de depoimentos femininos que garantem não encontrar portas fechadas em grandes corporações somente pelo fato de ser mulher. Além disso, muitas delas constroem a carreira com possibilidades reais de disputar cargos de liderança”.

No setor da comunicação, a igualdade entre homens e mulheres é mais evidente e melhor aceita. Por ser considerada uma área de vanguarda, a comunicação tende a apresentar uma realidade menos desfavorável às mulheres. “O que me admira na publicidade é ver como a mulher conseguiu conquistar o seu lugar de forma equânime em relação aos homens. Percebo que em outras áreas isso é mais complicado”, afirma Juliana França, gerente de planejamento da Ogilvy Brasil. Vale a pena conferir todas as opiniões. Boa leitura!