Caminhoneiros já podem ser considerados “heavy users” de smartphones, segundo revelou a pesquisa Perfil do Caminhoneiro Brasileiro, realizada pela Sontra Cargo – aplicativo que conecta caminhões a cargas –, que analisou principalmente a relação desse público com a internet. Hoje, 71,8% dos caminhoneiros possuem aparelhos com acesso à internet e 62,1% afirmam acessar diariamente a rede. E para 19,5% a internet é uma das principais necessidades nos pontos de parada, atrás de necessidades básicas como alimentação (61,7%), estacionamento (49,9%), segurança (27,1%) e serviços mecânicos (22,3%). A necessidade está relacionada, naturalmente, ao crescimento do uso de smart- phones por esses profissionais. O levantamento foi feito durante 40 dias, entrevistando 1.700 caminhoneiros. 

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Esses “novos” hábitos possibilitados pela tecnologia geraram mudanças no cotidiano do segmento como, por exemplo, a comunicação mais ágil com familiares e amigos, maior fluxo de transportes e a geração de conteúdo especializado. Segundo o levantamento, 42,1% usam o celular para busca de cargas, 25,8% para interagir nas redes sociais, 24,3% para acompanhar as notícias e 5,4% buscam entretenimento. “Hoje em dia comunicar sua marca a um nicho como o de transporte nas redes sociais e ter engajamento do público demandam uma linguagem mais especifica”, diz Bruno Moreira, diretor de mar- keting da Sontra Cargo.

Um bom exemplo da demanda por conteúdo embalado de maneira adequada é o canal Diário de Bordo de um Caminhoneiro, no YouTube, criado por Jair José Pereira, de 45 anos. Ele tem 25 anos de profissão e iniciou sua história na internet publicando fotos para mostrar à família os locais por onde passava e o que via pela estrada. O interesse de outros profissionais aumentou por suas postagens a ponto de Pereira começar a ser reconhecido, dar autógrafos e tirar fotos. Hoje o número de inscritos em seu canal já ultrapassa 75 mil e a média é de 8 mil visualizações por vídeo. O caminhoneiro passou a contar com o patrocínio da Sontra Cargo.

Para ele, a tecnologia aproxima as gerações de caminhoneiros e isso faz com que a categoria se torne mais forte. Falar a linguagem deles foi o que o aproximou da categoria. “Existem profissionais com mais de 30 anos de estrada, que começaram quando não existia nem computador. Eles buscam novidades, mas necessitam de uma linguagem fácil e didática”.