Em tempos de crise e faturamentos abaixo do esperado, alguns anunciantes têm encontrado no meio digital alternativas publicitárias para melhorar as vendas, divulgar suas marcas e impulsionar o share nas redes. Apesar disso, ainda são poucos os que arriscam com campanhas consideradas 100% digitais.  Entre os benefícios estão, além de um custo mais baixo quando comparado às mídias tradicionais, o ROI (Return on Investiment), taxa de retorno que calcula a efetividade da campanha.

Afinal, qual a maior vantagem em investir em campanhas 100% digitais? João Muniz, CEO da Lov, afirma que é a capacidade de mensuração imediata, que acompanha o que está dando mais ou menos retorno sobre o investimento. Ao obter esses resultados, é possível fazer mudanças durante o curso da campanha para obter melhores resultados. Os valores, entretanto, são relativos. “Hoje não existe o que é mais barato ou não, o que existe é assertividade. O mundo está ficando mais assertivo e temos cada vez menos chances de errar. Em tempo de crise, menos ainda. As mídias e os meios digitais nos dão a possibilidade de sermos certeiros”, explica.

Muitas agências têm se empenhado em fortalecer os serviços oferecidos para esses clientes que ambicionam dedicar suas verbas para o mundo virtual. Os grandes anunciantes, segundo Juliana Diniz, diretora de operações da agência digital Diz’Ain, são os desbravadores de novos mercados. O meio digital, contudo, é acessível e inclusivo, e independe da quantidade de verba, basta que haja orientação e mensuração, explica a diretora. “É importante que a agência pense em um bom plano e otimize as quantias disponíveis. A mensuração é a principal vantagem desse mercado, pois possibilita tomadas de decisões importantes”.

O mercado digital brasileiro, afirma Juliana, está completando 19 anos em 2015 e a cada ano vem recebendo maiores investimentos por se mostrar um mercado confiável e com riscos controlados. E a integração com o offline se faz necessário por serem complementares. “Acredito que hoje boas campanhas são as que integram todos os canais. Muitas vezes, agências offline nos contratam para trabalharmos em parceria na criação de peças digitais”. Apesar do país viver uma recessão, ela não acha que o digital deve ser pensado como uma alternativa, mas sim como parte das estratégias de comunicação e marketing. “É preciso avaliar o que está trazendo mais resultados e o que está gerando mais custos. Tudo vai depender da verba que está sendo disponibilizada para cada setor”.

As expectativas de Muniz em relação ao crescimento das campanhas digitais é positiva. Ele afirma, inclusive, que é possível que as ações digitais passem a ser principais e recebam maiores investimentos. “Isso já acontece em vários países da Europa, EUA, Inglaterra, entre outros. Aqui no Brasil também, dependendo do perfil do anunciante”.

 

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A marca de biscoitos Oreo, por exemplo, é uma das clientes da LOV e tem como estratégia dar prioridade para o mundo digital. A agência brasileira trabalha em parceria com a 360i, que gerencia as redes sociais globais da marca. Desde a chegada da marca no Brasil, em 2013, Oreo tem direcionado parte de seus investimentos em comunicação para conquistar novos consumidores com ações no Twitter, YouTube e outras plataformas digitais.

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Em outra ponta, para as produtoras é muito difícil serem 100% digitais, explica Andre Debevc, sócio e diretor de criação da Delica Digital. A maioria dos anunciantes não está focada apenas em digital, e esta é parte da estratégia de comunicação de uma marca. O grande desafio, para as produtoras digitais, é conseguir produzir para outros meios com a mesma qualidade esperada para a TV, mas com verbas bem menores do que as alocadas pelos anunciantes para filmes de 30 segundos.

As marcas médias e pequenas têm procurado mais as mídias digitais por ver nelas um melhor retorno do seu investimento. Essas marcas, muitas vezes, não têm o poder de investir massivamente em mídia tradicional, explica Debevc. “O investimento em TV e print no Brasil, na grande maioria dos anunciantes, ainda é muito mais expressiva do que é feito em digital. Com o contínuo crescimento do acesso à internet no país, via celulares e tablets, a tendência é que a segunda tela passe a ser a televisão, e a fatia do digital nos orçamentos cresça”.