A crise de reputação do Facebook ganhou novos capítulos nesta terça-feira (20) e quarta-feira (21). O co-fundador do WhatsApp, Brian Acton, tweetou a frase “It is time. #deletefacebook” (ou “Chegou a hora, deletem o Facebook”). Curiosamente, ele teve sua empresa comprada pelo próprio Facebook em 2014 por US$ 19 bilhões.  Hoje, Acton é dono do aplicativo Signal, que tem funcionalidades que o fazem concorrer com o seu antigo negócio. 

Outra novidade foi a suspensão do CEO da Cambridge Analytica, Alexander Nix, após reportagens em que ele afirmava criar dificuldades para políticos com prostitutas e propinas. A empresa foi acusada recentemente de roubar dados de 50 milhões de pessoas em seus perfis do Facebook como forma de ajudar a direcionar mensagens mais relevantes para eleger Donald Trump presidente dos Estados Unidos. 

Um repórter do Channel 4, que se passou por um industrial do Ski Lanka e, com uma câmera escondida, gravou declarações de Nix que o colocaram nos noticiários. Mais chocante: ele revelou que iria atuar dessa forma na eleição do Brasil. A parceria com a Ponte Estratégia, de André Torretta, foi encerrada.

Apesar de se dizer “escandalizado” e “enganado” pela Cambridge Analytica, a crise também respingou no Facebook, que encerrou sua parceria com a empresa. A Federal Trade Commission, dos Estados Unidos, apontou que a empresa violou termos de um consenso de 2011 sobre uso de dados pessoais. Cortes de lugares como Nova York e Maryland também estão processando a rede social a partir de ações públicas. No Reino Unido, a comissão parlamentar britânica solicitou o comparecimento de Mark Zuckeberg, fundador e presidente da plataforma, para esclarecer o uso ilítico de informações pela Cambridge. 

Na prática, a série de más notícias para o Facebook não deve causar fuga de usuários da plataforma. Segundo o AdAge, citando a EMarketer, também não há expectativa de fuga de anunciantes. Mas o valor de mercado da empresa caiu US$ 60 bilhões após as notícias sobre a Cambridge Analytica. O valor ainda deixa a empresa entre as dez mais valiosas do mundo. O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg,  perdeu em menos de 48 horas US$ 9 bilhões, logo após estourar o escândalo da Cambridge Analytica, o que mantém sua fortuna na casa de US$ 66 bilhões.

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