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O profissional do marketing digital – e o comunicador de um modo geral –  é bastante atribulado. Afinal, sua profissão muda a todo momento e é preciso se reciclar sempre.

Porém, algumas tendências são tão fortes que, quando chegam, fica difícil trabalhar sem pensar nelas. Para 2019, quais seriam os caminhos para quem quer seguir fazendo um bom trabalho no marketing digital?

Pensando nisso, PROPMARK conversou com Gustavo Hana, CEO da GhFly, para obter as principais tendências da área em 2019.

Influenciadores digitais não são uma moeda passageira

Apesar de episódios como o do youtuber Júlio Cocielo, o uso de influenciadores se manteve forte em 2018. “Através da atuação de micro influenciadores, diversas marcas adotaram essa estratégia, principalmente as que atuam em mercados de nicho”, ressalta Hana.

O CEO também comenta projeções feitas pela Mediakix, agência norte-americana de marketing de influência. Segundo a empresa, atualmente o mercado de influenciadores movimenta cerca de US$ 4 bilhões no mundo e deve alcançar US$ 10 bilhões até 2020. Mas é preciso cautela.

“Como ponto a ser observado durante o desenho de uma estratégia com influenciadores, devemos ter o cuidado ao selecionar aqueles que mais de encaixam ao negócio a ser anunciado. Aqui não deve se levar em consideração somente o alcance do influenciador, mas também sua relevância no mercado que a empresa a ser anunciada está inserida e se ele tem fit com o produto”, explica.

Estratégias Omnichannel

Dentre as tendências citadas, uma que Gustavo destaca com maior afinco é esta. “Já é um tema conhecido, mas muitas marcas ainda trabalham condições distintas para canais online e offline, impactando negativamente a experiência do consumidor”, analisa o CEO.

A alternância entre o on e o off feita pelo público exige das marcas a oferta de experiências que conectem todos os pontos de contato. Segundo uma pesquisa da Provokers de 2018, encomendada pelo Google, 42% dos entrevistados consideram atributos de multicanalidade como fator importante na hora de escolher um loja online.

“As marcas têm o desafio de implementar tecnologias omnichannel e atender as expectativas dos consumidores. Percebemos que poucas marcas estão investindo no desenvolvimento dessas tecnologias. O custo de implementação elevado e a mudança de mindset das empresas são as principais barreiras”, conclui.

Chatbots são o futuro da interação rápida

A união de atendimento e tecnologia se mostrou muito poderosa em 2018 e deve ganhar mais força em 2019. Utilizado em princípio pelas marcas para tornar o atendimento ao consumidor mais ágil e barateando os custos envolvidos nessa operação, os chatbots também tornam a realização de tarefas como tirar dúvidas sobre um produto ou serviço, pagar uma conta ou agendar uma consulta, processos mais simples e inteligentes.

“Algumas marcas inclusive adotam a estratégia de personificar seus chatbots, como é o caso recente da Bia do banco Bradesco, criando uma experiência ainda mais próxima com seus clientes”, analisa Hana.

Agências atuando como consultorias?

O uso de machine learning e automação de lances em canais pagos, como o Google Ads, diminuem cada vez mais a necessidade frequente de atuações manuais. Esse cenário faz com que os anunciantes e agências possam focar em análises macros, na construção de estratégias de negócio e desenvolvimento de comunicações eficazes.

“Hoje, o papel de uma agência deve ser mais consultivo, indo além da geração de leads via canais pagos, por exemplo. Normalmente, o maior problema das marcas está depois da aquisição dos leads. As dúvidas mais comuns são: ‘o que faço agora? Ligo para eles? Incluo em um fluxo de e-mails? Quanto tempo esperar para ligar?’. É nesse momento que a agência entra com um papel consultor, entendendo qual caminho adotar, estabelecendo fluxos de comunicação e de qualificação. Isso faz com que a agência se torne de fato um parceiro de negócios da marca e parte importante do resultado conquistado”, analisa.

Vídeos

De 2014 a 2018, o consumo de vídeos na web cresceu 135%. No mesmo período, o consumo de TV aumentou 13% (fonte: Video Viewers, Provokers 2018). “Os algoritmos das principais mídias sociais  – Facebook e Instagram – estão cada vez priorizando mais a entrega de conteúdo em vídeo”, analisa Gustavo.

Para o executivo, o uso de vídeos irá crescer muito esse ano. “As marcas vão começar estreitar mais as estratégias nesse segmento para trazer mais proximidade com o público final”, finaliza.