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Em outubro de 2010, o Instagram chegou ao Brasil e revolucionou a forma com a qual as pessoas se relacionavam com redes sociais. Se anteriormente o texto era a linguagem mais usada na internet, a partir disso as imagens passaram a definir uma nova forma de comunicação, atraindo usuários imediatamente. Naquela época, sem nenhum tipo de formato de anúncios na ferramenta, as marcas procuravam uma forma de conversar com o público da nova rede.

Nesse contexto, mas sem a pretensão inicial de contar com ações patrocinadas, nascia o Instamission, criado por Luiza Voll e Dani Arrais. Com o objetivo de unir visões múltiplas sobre um mesmo tema, o projeto surgiu com uma mecânica: pedir para que as pessoas postem fotos sobre um determinado tópico, selecionado semanalmente.

Formadas em publicidade e jornalismo, respectivamente, as sócias se conheceram pela internet e criaram a Contente, que, além de uma série de projetos digitais, promove ainda eventos e curadoria de conteúdo para empresas e agências.

“Nossa missão é criar a internet que a gente quer, e isso se reflete no Instamission. Propomos o uso consciente do nosso tempo e colocamos as pessoas como protagonistas da comunicação. Temos um compromisso muito forte em cultivar nossa comunidade e entregar a ela um conteúdo humano”, explica Dani. “Somos o primeiro projeto desse tipo no Instagram. No começo, não havia um modelo de negócio. Um dia uma conhecida nos ligou querendo patrocinar uma missão. Tivemos de sondar com o mercado para saber o quanto cobrar”, relembra.

A primeira marca a patrocinar o conteúdo do Instamission foi a LG. “De lá para cá, já atuamos com mais de 200 marcas brasileiras e globais, como Fiat, Ford, Vivo e Hering, por exemplo. Com algumas, já produzimos três ou quatro missões diferentes”, conta. Além do investimento no conteúdo, as empresas que patrocinam as missões também sempre presenteiam os vencedores de cada missão com um prêmio relacionado ao tema. “Já demos desde biquíni a computador, passando por viagens para Nova York e China.”

Atualmente com mais de 66 mil seguidores, a dupla reforça a importância do engajamento e do público nichado que faz parte de sua rede. “Nesse mundo em que todo mundo tem 1 ou 2 milhões de seguidores, as pessoas podem se perguntar qual o motivo de investir na gente. Mas a nossa conversão é muito alta, recebemos uma média de 2 mil fotos a cada missão, o que é muita coisa. É importante falarmos sobre números porque hoje em dia é muito fácil comprar seguidor, comprar like. O Instamission é um espaço de mídia diferente porque engaja o público nas conversas propostas, sejam elas por marcas ou não”, acredita Dani.

No fim de 2018, prestes a completar oito anos, o projeto sofreu mudanças e se transformou em uma plataforma de conexão. Agora, em vez de uma só missão por tema, o perfil promove uma jornada com uma série de missões para cada assunto.

Dani comenta ainda que existem planos para migrar o projeto para uma plataforma própria, além do Instagram. “A gente vive esse dilema de fazer o nosso trabalho em uma ‘casa alugada’. É uma conversa que vários criadores de conteúdo já têm. Sabemos que precisamos nos fortalecer em outros espaços, mesmo com o desafio de que o alcance não deve ser o mesmo. No entanto, acredito que a gente tem o repertório, a inteligência e o tempo de trabalho para migrar quando for necessário”, assegura.