Qual é o nome do vulcão de nome impronunciável? Chuveiros e torneiras elétricas precisam ser aterrados? Qual é o álbum mais vendido de Elis Regina? Essas são apenas algumas das questões respondidas diariamente pelo Google. Das bilhões de consultas, algumas são tiradas de letra pelos mecanismos da plataforma, outras precisam de um pouco mais de empenho dos cientistas de dados que operam os algoritmos.

As vésperas de completar 20 anos, o serviço de buscas se tornou sinônimo de pesquisa na internet, mas seu simples papel como Oráculo está com os dias contatos. O Google está em busca de novas funções e agora se prepara para ir além das respostas prontas, se associando a quem de detém informação para oferecer ao usuário o contexto mais adequado para o que procura.

Não é tarefa fácil incluir intuição e precisão nas buscas, mas aos poucos, o cenário brasileiro em especial vem se destacando, inclusive, com soluções replicadas em todo o mundo. Foi o que revelou o professor Berthier Ribeiro-Neto, diretor do Centro de Engenharia do Google para a América Latina, em Belo Horizonte (MG), durante palestra nesta terça-feira (24).

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Ao lado de Bruno Pôssas, engenheiro-chefe de busca, Berthier falou sobre os desafios dos sistemas de buscas hoje em um cenário em que o mobile tem ganhado relevância, sobretudo, para comandos de voz. Somado a esse cenário, estima-se que, em média, 15% dos termos buscados diariamente são inéditos, imprimindo desafio adicional aos engenheiros de dados do Google. A saída? O apoio de novas tecnologias para gerar não apenas respostas, mas descobertas genuínas e em tempo real aos usuários.

Foi o que o departamento brasileiro fez com a criação de projeto que levantou as doenças e sintomas mais buscados na plataforma para criar um grande catálogo ilustrado e com informações de confiança. Ao buscar por “sintomas leucemia mielogênica aguda”, por exemplo, o usuário recebe informações e ilustrações que podem ajudar no diagnóstico precoce da doença. O projeto de saúde tem parceria com o hospital Albert Einsten, em São Paulo.

A combinação de inteligência artificial e machine learning também tem sido fundamental para respostas não apenas corretas, mas em um formato mais funcional. A plataforma acaba de lançar, por exemplo, a jornada em tópicos relacionados. Uma vez que o usuário buscar por “Neymar”, por exemplo, e em seguida pesquisar qualquer outro jogador, a plataformaapresentará sugestões de outros jogadores no topo.

Features semelhantes auxiliam o usuário a identificar informações sobre restaurantes, média de fila nos estabelecimentos, preço, críticas gastronômicas, ou serviços de trânsito e temperatura. Tudo isso em formato mais intuitivo, para diversas telas e sistemas operacionais de smartphones.

“Os usuários estão respondendo de forma positiva a essas mudanças. Identificamos isso pelas respostas de engajamento que estão aumentando. Isso mostra que estamos fazendo a coisa certa. O sistema de buscas tem mudado de forma extraordinária, está muito mais direto”, avaliou Berthier.

“Conseguimos identificar que tipo de resposta o usuário está precisando. Às vezes a resposta é um mapa, um endereço, uma instrução de como chegar a determinado destino. A resposta pode ser algo que está a 50 quilômetros ou a 200 metros. Poucas tecnologias têm mudado tanto quanto os sistemas de buscas nos últimos 10 anos, a partir da introdução do smartphone”, ressaltou o engenheiro de dados.

Acompanhe a cobertura completa do evento na próxima edição impressa do PROPMARK. A matéria trará discussões sobre o impacto do assistente pessoal do Google nas buscas e a visão de Fabio Coelho, presidente da companhia, sobre a jornada do consumidor e como ela está inserida no aprimoramento das pesquisas na plataforma.