A febre dos digital influencers elevou o status de muitos youtubers, instagrammers e blogueiros a celebridades, e, consequentemente, seus cachês para campanhas e ativações de marcas aumentaram. Responsáveis por volume expressivo de fãs, nomes como Kéfera Bunchmann e Whindersson Nunes logo aparecem na mente dos anunciantes que buscam exposição na internet, mas será mesmo que eles são sempre a melhor estratégia?

Donos de perfis menos bombados nas redes sociais, mas com altas taxas de engajamento, os microinfluenciadores começam a ganhar espaço nas ações de marketing. É o que defende Felipe Oliva, CEO da Squid, plataforma de gerenciamento de microinfluenciadores. “O microinfluenciador está ficando cada vez mais em destaque por ser uma opção mais viável. Kéfera, Whindersson… são mais caros, o que restringe o budget de algumas marcas. Os influenciadores de determinados nichos conseguem democratizar a questão”, disse.

O executivo foi um dos palestrantes da Social Media Week São Paulo, na semana passada, e destacou os resultados da campanha #maisumpasso, do Bradesco, desenvolvida em parceria com a Publicis. Entre maio e junho, a plataforma identificou, recrutou e gerenciou 104 perfis de microinfluenciadores em todo o Brasil nas categorias cultura, esporte, educação, família e inovação. A ideia era que eles compartilhassem momentos reais em que precisaram seguir adiante, dando mais um passo, em acordo com a linha criativa do novo posicionamento do banco. 

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O executivo explica que os microinfluenciadores oferecem conteúdos mais personalizados e regionalizados, sendo ideais para campanhas mais assertivas, além de custarem menos para o anunciante. “Se a marca tem condições, aconselhamos fazer um mix com os dois tipos de influenciador. Porque a web celebridade tem seu valor, tem seu posicionamento de marca importante de alcance para as pessoas, enquanto os micro vão entrar na sustentação da campanha. Um influenciador celebridade seria um tiro de canhão. O micro tem frequência”.

Para a campanha do Bradesco, todos assinaram contrato digital com especificações sobre o briefing do conteúdo, prazo para a publicação, ficando totalmente a critério dos influenciadores a forma que detalhariam sua história e quais ferramentas utilizariam: smartphone, gadget para a captação das imagens ou câmera tradicional. “A gente enxerga o influenciador não apenas como mídia, mas como produtor de conteúdo. Olhá-los apenas como um canal é uma versão míope de todo o potencial que ele pode ter”.

Entre esses potenciais, Oliva destaca a possibilidade de alta segmentação com apoio de tecnologia para identificar pessoas que atendam aos objetivos da marca. Como exemplo, o executivo conta sobre o trabalho baseado em geolocalização que a Squid está fazendo para a Aramis, de vestuário masculino, em Fortaleza (CE). O executivo explica que nesses casos é importante fazer um mapeamento do potencial de influenciadores no local e entregar os números para o anunciante.

Ele lembra que na maioria dos casos o volume não é grande e outros atributos são trabalhados no lugar de alcance. “No fundo, a gente quer pessoas que sejam autênticas e produzam conteúdos interessantes. Essa deve ser a definição de qualquer influencer”, finaliza. 

A Social Media Week São Paulo foi realizada entre os dias 11 e 15, na ESPM, e teve como tema central Linguagem e as Máquinas. O evento reuniu profissionais do mercado em mais de 270 atividades.