Reprodução/Youtube

O Caso Cocielo repercutiu no mercado de propaganda e marketing. Também pudera, um influenciador com histórico de participações em campanhas de gigantes como Itaú e McDonald’s sendo acusado de racismo, certamente geraria discussão. À época, PROPMARK refletiu sobre a questão ouvindo especialistas da área (relembre aqui). Agora, a história ganha um novo capítulo: o Ministério Público do Estado de São Paulo pede que o youtuber seja condenado a pagar mais de R$ 7 milhões por “dano social coletivo”.

A ação civil pública foi ajuizada na última quarta-feira, 12, pelos promotores de Justiça de Direitos Humanos Eduardo Valério e Bruno Orsini Simonetti. Os promotores também pedem que seja decretada a quebra do sigilo bancário do réu. O valor foi estipulado com base no número de seguidores de Cocielo no Twitter.

Ainda de acordo com a ação, Cocielo publicou comentários racistas nas redes sociais entre 2010 e 2018 de forma sistemática. Assim, no entendimento dos promotores, ele utilizou o Twitter para violar direitos fundamentais, além de ofender e violar os direitos humanos e a Constituição Federal.

Os autores da ação ainda lembraram que, após grande repercussão e desaprovação social diante da última publicação racista sobre o jogador, Cocielo apagou mais de 50 mil tweets antigos.

Relembre

Cocielo foi pivô de uma polêmica durante a Copa do Mundo de 2018, quando publicou o seguinte tweet envolvendo jogador da seleção francesa Kylian Mbappé: “Mbappé conseguiria fazer uns (sic) arrastão top na praia, heim?”.

“Trata-se de um jovem jogador negro, francês de ascendência camaronesa, de compleição física robusta e que mostrou, nos jogos da seleção francesa na Copa da Rússia, impressionantes velocidade e explosão, daí advindo, em notória manifestação de racismo, a sua associação com os assaltantes (negros, na ótica do autor) que praticam crimes de roubo nas praias brasileiras, sobretudo fluminenses, sempre sob contínua e desabalada corrida”, dizem os promotores na ação que pode ser baixada aqui.

À época, o youtuber pediu desculpas (veja o vídeo abaixo) e marcas como Itaú e Coca-Cola manifestaram seu repúdio. Sobre a decisão do MP, Cocielo ainda não se manifestou. PROPMARK já entrou em contato com sua assessoria, mas ainda não obteve resposta.