Será logo mais nesta terça-feira, em São Paulo, o coquetel de lançamento no mercado brasileiro da Watch TV, uma nova plataforma de vídeo sob demanda (VOD), com tecnologia nos padrões dos estúdios de Hollywood que nasceu como startup para viabilizar o ‘triple play’ (dados + voz + multimídia) aos ISPs, com investimentos de US$ 2,5 milhões. A iniciativa é de dois empreendedores brasileiros, Aryldo Zocante Cardoso, um conferencista da área tributária, e de Maurício de Almeida, ex-sócio do ISP Nova Telecom. 

A WatchTV é um marketplace agregador de conteúdos e inicia com os aplicativos Noggin (da Viacom) e ESPN Watch, e proporciona aos provedores de internet (ISPs) soluções em SVOD (Subscribed Video on Demand) e TVOD (Transational Video on Demand). A solução oferece catálogos de vídeos de estúdios de Hollywood e trabalha com tecnologia de ponta (tem Akamai e Kaltura como parceiros tecnológicos) e análise de dados (Big Data e Business Analytics) para prover conteúdo aos assinantes. Também fornece aos ISPs conteúdos em séries e filmes por catálogo (SVOD) e lançamentos de filmes em locação de 48h (TVOD) para que os provedores de internet ofereçam o serviço aos seus clientes. Os títulos oferecidos no lançamento são da Sony Pictures, Paramount, BBC, Noggin (Nick Jr.) e ESPN. São mais de 500 episódios de séries, 750 filmes, 200 títulos de estúdios independentes, 1.000 títulos infantis, 150 lançamentos para locação e atualização de 50 novos títulos por mês.

Maurício Almeida conta que quando era sócio do provedor de dados sempre quis oferecer aos assinantes VOD, mas era um negócio inviável financeiramente.

“Foi com este objetivo que nasceu a WatchTV. No mês de julho, recebemos um aporte significativo da Olive Tree Participações, um fundo de investimentos em Telecom, que usamos para compra de conteúdo. No total, foram investidos até o momento US$ 2,5 milhões para criar uma nova plataforma com a melhor tecnologia possível e conteúdo relevante de VOD. Ainda estamos no início com relação à disponibilidade de conteúdo, mas nosso objetivo é ter todos os principais estúdios de conteúdo premium em nossa plataforma”, afirma Almeida.

Atualmente, com cerca de 40 mil assinantes e 12 ISPs como clientes, a expectativa da WatchTV é de encerrar seu primeiro ano de atuação com 100 mil assinantes ativos. “Nosso objetivo é trabalhar com todos os ISPs do Brasil, um total de 9 mil (dados Anatel), que juntos possuem mais de 24 milhões de assinantes. Já disponibilizamos assinaturas por meio dos ISPs clientes em algumas praças, mas até o final do ano, queremos estar em todas as regiões indistintamente e em mais de um ISP por região”, conta. 

Segundo os sócios, a infraestrutura a custo zero e a menor tributação fazem do projeto um investimento mais sustentável do que modelos que trabalham com produção de conteúdo própria, cujos custos podem, no longo prazo, inviabilizar o negócio. Toda a infraestrutura da WatchTV é fornecida a custo zero aos ISPs. A integração com o sistema de ERP do ISP facilita a venda e a gestão do cliente. E como a plataforma enquadra-se na legislação como Serviço de Valor Adicionado (SVA), não há incidência de ICMS, somente PIS/COFINS (e ISS para alguns municípios).

“Isso significa que, na composição do COMBO de Internet + Vídeo, por exemplo, a carga tributária diminui sensivelmente”, afirma Almeida. Ele diz ainda que é possível agregar valor aos ISPs, que podem associar suas marcas a uma série de imagens de filmes e peças publicitárias que a WatchTV produz e distribui aos provedores, e permite trabalhar com a retenção de carteira ao oferecer um produto a mais aos clientes assinantes dos serviços.

Para melhorar a experiência do usuário final,  o conteúdo fica hospedado no Content Delivery Network (CDN) da Akamai, um servidor que vários provedores já possuem em sua infraestrutura, o que melhora a performance dentro da rede do ISP.

“Conversamos também com todos os estúdios sobre o que eles gostariam de ter em termos de tecnologia. E por isso, desde o CDN, onde estão armazenados os filmes, até o DRM, que cuida da segurança contra pirataria, usamos exatamente a mesma tecnologia e infraestrutura de software que a Viacom usa em suas soluções mundiais. Nosso fornecedor de tecnologia é a Kaltura, empresa israelense com sede em Nova Iorque e ações na Nasdaq”, declara Almeida.

A intenção é que a versão 2.0 opere como um marketplace agregador de diferentes aplicativos além do ESPN Watch e da Viacom, que tem o aplicativo Noggin. 

“Estimamos que no mundo existam cerca de 1000 aplicativos de conteúdo e sabemos que todos os dias nasce um novo. Porém, com a qualidade premium que buscamos estamos falando de cerca de 10 aplicativos. Nossa meta é disponibilizá-los no primeiro trimestre de 2019”, declara Almeida.

A startup também está desenvolvendo o seu próprio aplicativo para conexão com Smart TVs. A tecnologia será disponibilizada a partir de 2019, para as marcas Sony, LG e Samsung inicialmente.