Mark Zuckerberg, presidente-executivo do Facebook, falou nesta semana ao Parlamento Europeu e precisou lidar com questões sobre como a rede social protege as informações de seus usuários e qual é seu impacto sobre as eleições. O executivo já havia prestado depoimentos ao Senado e à Câmara dos Estados Unidos em abril, logo após a revelação de que a Cambridge Analytica havia utilizado de forma indevida os dados de, no mínimo, 87 milhões de pessoas, o que teria ajudado as campanhas de Donald Trump e do Brexit a compreenderem e anteciparem o posicionamento eleitoral das pessoas.

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Na Europa, Zuckerberg foi inquirido de forma dura sobre um possível monopólio no mercado de redes sociais e sobre conteúdos que promovem preconceitos, ódio e terrorismo. Ele negou que a rede faça discriminação de conteúdos por viés político e que discursos de violência não podem existir no Facebook. Garantiu que a rede usa inteligência artificial e as classificações dos usuários sobre conteúdo impróprio para tirar posts do ar. Afirmou ainda, ao ser questionado sobre as receitas, que a empresa possui apenas uma parte menor do bolo da publicidade internacional e que ajuda muitos negócios pequenos a prosperarem. Por outro lado, reconheceu falhas ao não impedir interferência em eleições como as americanas de 2016. Zuckerberg citou o Brasil, além de Índia e Parlamento Europeu como importantes eleições nos próximos meses.

O depoimento ocorre na mesma semana em que passa a valer a nova lei de proteção de dados pessoais da União Europeia. Em vigor a partir desta sexta-feira (25), o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GPDR) impõem medidas diversas. Os usuários podem, por exemplo, deletar informações que as empresas guardam sobre ele. Estas, por duas vezes, só poderão coletar inofrmações necessárias para que seu serviço funcione, e sob conscentimento e explicando com linguagem simples o que estão fazendo com os dados. Os clientes que tiverem dados hackeados devem ser avisados rapidamente e toda e qualquer manipulação de dados devem ser registradas. 

No depoimento, Zuckerberg se antecipou e afirmou que a rede social já estava preparada para cumprir as determinações do GDPR. O executivo afirmou que todos os usuários da rede social terão acesso às mudanças, como a que permite limpar o histórico do que é feito no site.

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