Mesmo concorrendo com menos peças, o Brasil surpreendeu e superou as expectativas no Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions 2018, realizado na semana passada, na Riviera Francesa. As agências não só ganharam mais Leões – 101 contra 99 do ano passado – como também conquistaram dois Grand Prix: um em Print & Publishing, da Africa com a campanha Tagwords para Budweiser, e outro em Mobile, com Detector de Corrupção, da Grey para Reclame Aqui. No total foram dois GPs, nove Leões de ouro, 31 pratas e 59 bronzes.

O Brasil teve uma excelente média de conquistas. Das 2.131 inscrições, 101 ganharam Leão, o que corresponde a 4,7% do total de campanhas participantes. A média brasileira é superior à mundial, já que das 32.272 peças inscritas no total, houve 1.184 Leões, o que significa uma média de 3,7%.
Mesmo em relação ao rendimento do Brasil em anos anteriores, a média de 2018 é bem destacada. No ano passado, das 3.020 inscrições, 99 resultaram em Leões, uma média de 3,3%. Mesmo no ano em que o Brasil bateu o recorde histórico de Leões (2014), quando a publicidade brasileira levou para casa 116 prêmios, a média foi menor: 3,49%, diante das 3.321 inscrições. Em 2013, o país teve o recorde de inscrições, com 3.473, mas uma média de aproveitamento de apenas 3,3%, ou 115 Leões. O pior rendimento foi em 2012, com 3.419 inscrições, 79 prêmios e média de 2,3%.

Âlê Oliveira

A competição foi enorme e as agências brasileiras mais premiadas tiveram resultados próximos. A Africa é a que tem Leões com peso mais expressivo, no entanto, a Grey ficou encostada. Sob a liderança criativa do copresidente Sergio Gordilho, a Africa ganhou 14 prêmios, sendo um GP, dois ouros, sete pratas e quatro bronzes. A Grey teve 15 prêmios; um GP, um ouro, duas pratas e 11 bronzes.

A David conquistou um feito inédito: levou para casa sete Leões, sendo três ouros, duas pratas e dois bronzes para um único case, a campanha Essa Coca é Fanta, da Coca-Cola. A AlmapBBDO ganhou 12 Leões, mas com um número maior de bronzes: foram sete bronzes, quatro pratas e um ouro. Outro destaque foi a conquista de seis Leões em Film, uma das categorias mais cobiçadas do festival, com um aproveitamento de 100% das inscrições. Nesta competição, a Almap levou ouro com Endless Stories, desenvolvido para Getty Images.

As categorias em que o país teve melhor performance foram Outdoor (12 Leões); Direct (11); Print & Publishing (dez); Brand Experience & Activation (oito) e Design (oito). Em Mobile, o destaque ficou com a conquista do Grand Prix da Grey, Detector de Corrupção. No total, 28 brasileiras foram premiadas (veja tabela ao lado).

A adam&eveDDB, de Londres, foi eleita a Agência do Ano. A vice-campeã é a AMVBBO, de Londres, e na terceira posição ficou a BBDO de Nova York. A Agência Independente do Ano é a Jung Von Matt, de Hamburgo. A Droga5, de Nova York, ficou em segundo lugar, e a Wieden+Kennedy, de Londres, em terceiro. O troféu Palm D’Or, de Produtora do Ano, ficou com a Muz, dos Estados Unidos. A Holding do Ano é a Omnicom, seguida por WPP e Interpublic. O Cannes Heart Awards foi concedido para Unilever. A Network of The Year é a BBDO. A Ogilvy ficou em segundo lugar e a DDB Worldwide na terceira colocação. O Grand Prix for Good é da BWM Dentsu, de Sydney, com o case Project Revoice para The Als Association. 

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