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A adaptação dos jovens às novas tecnologias é rápida. Atualmente, uma grande variedade de mídias divide a atenção desse público que busca, cada vez mais, estar antenado em tudo o que há de novo. Porém, como todas as novidades, será que eles ainda se relacionam com meios mais tradicionais como, por exemplo, o rádio? Ao andar pelas ruas, observa-se milhares de pessoas caminhando com seus fones de ouvido, o que mostra que a população está extremamente ligada à música e ao conteúdo de áudio.   

Segundo Lígia Cervone, gerente de marketing e pesquisa da Rádio Transamérica, o que atrai os jovens para maior consumo do meio é conteúdo diferenciado. “Essa parcela da população valoriza o entretenimento em seu tempo livre. A companhia das emissoras e a busca de informações em tempo real, como notícias e a transmissão de eventos esportivos, são um forte exemplo. Outra forma de atrair os jovens para o rádio é tornar fácil o seu consumo, abrindo diferentes canais de acesso, o que já é possível graças à evolução técnica da distribuição de sinal”, afirma.

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De olho nesse público e nas transformações do mercado e da sociedade, as rádios buscam se atualizar para atender os seus ouvintes. “Esse é um trabalho diário, que requer atenção a vários aspectos. Nos movemos e falamos junto com eles. Atualmente, sequer nos preocupamos com faixas etárias, especificamente. Desconsiderar a leitura das faixas etárias de forma hermética pode tornar nosso foco bastante largo, considerando que hoje as pessoas amadurecem rapidamente e envelhecem mais lentamente, ainda que isso se dê, principalmente, no campo da atitude, que é o que alinha as nossas entregas e as expectativas da audiência. A melhor alternativa segue sendo: ‘vá a campo, veja para quem você fala e, preferencialmente, converse muito com o seu público’”, afirma Marcelo Braga, diretor-geral da Rádio Mix. 

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É um fato que a nova era mudou a forma como se consome música, porém, o rádio sempre foi considerado como um meio que proporciona uma experiência pessoal diferenciada. E é nesta área que as empresas seguem apostando. 

“Buscamos sempre, e cada vez mais, estarmos presentes na vida das pessoas com as nossas ações. Este ano fizemos o nosso maior experimento, que foi o primeiro Rádio Disney Vivo. Muito mais que um show ou um festival, quem esteve lá viu seus artistas preferidos cantando ao vivo, e vivenciou in loco experiências como Meet & Greet, a superprimeira fila, de onde era possível ver o show do palco, concursos para prêmios “priceless”, como instrumentos autografados, interação com artistas nacionais e internacionais via telão, enfim, ali tinha tudo o que a Rádio Disney apresenta diariamente no ar. A experiência foi um sucesso e recebemos um excelente retorno, na sua maioria, dizendo que nunca tinham vivido um dia como aquele”, revela Rodrigo Girasol, gerente sênior da Rádio Disney Brasil.

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Streaming

Considerado no início como uma ameaça para as rádios, o serviço de streaming, agora, já é visto com outros olhos pelo mercado. “Esses serviços representam mais uma forma de conteúdo que o grande público pode consumir, quando puder e onde ele estiver. Nada substitui o conteúdo ao vivo do rádio. Seus locutores, apresentadores e narradores mexem com a emoção dos ouvintes ao executarem uma música que toca seus corações, ao narrarem um gol de uma partida decisiva, ao fazerem uma entrevista com uma celebridade ou noticiarem algo importante que acabou de ocorrer. Além disso, o rádio aproxima e dá o certificado do que é sucesso”, reforça Lígia. 

Para Fábio Faria, diretor-comercial da Rádio Mix, as plataformas digitais têm um peso importante no plano estratégico. “A presença forte no ambiente digital como um todo é determinante para alcançar a parcela mais jovem de nossa audiência. Entender os serviços de streaming como uma ameaça seria um erro. O rádio é um canal de comunicação mais amplo e segue como um organizador das milhões de músicas que ninguém seria capaz de ouvir em toda a vida, logo é melhor otimizar esse tempo e ouvir as mais legais”, comenta.

Seja pelo modo analógico ou digital, o rádio já percebeu que o importante é conectar as pessoas. “Buscamos estar presentes nas mais variadas plataformas, porque, hoje, as pessoas, sobretudo as mais jovens, consomem o rádio de diferentes maneiras e em diferentes momentos, muitas vezes de maneira simultânea com outras mídias, então, temos de estar sempre disponíveis e acessíveis”, finaliza Girasol.

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