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Acho que é fácil dizer que nada me inspira mais do que a música. Apesar de ser apenas um dos três pilares da produtora, a música sempre esteve presente desde muito cedo em minha vida, pra ser mais exato desde os 7 anos de idade.

Eu conheci a música através de uma prima mais velha que era minha vizinha na época. Nós nos encontrávamos quase sempre e quando um dia eu estava na casa dela e vi, pela primeira vez, alguns clipes na MTV, aquilo foi praticamente o ponto zero, um “catch” que não consigo nem explicar. Foi, então, que percebi que precisava ficar perto disso de alguma forma.

Meu primeiro contato foi com as bandas de hard rock dos anos 1980/90, principalmente Guns N’ Roses, Skid Row (que minha prima era muito fã) e Bon Jovi (que sou fã até hoje). Esse amor à primeira vista com a música, principalmente com o rock’n’roll, me traz algumas lembranças bem engraçadas: uma professora de inglês dessa época me disse uma vez que aos 7 anos eu subia na carteira, começava a cantar Paradise City e a imitar o Axl Rose; aos 10 anos juntava todos os baldes e bacias da minha avó e montava uma pseudobateria. Os violões antigos de meus pais eram as guitarras, e as vassouras mágicas eram os pedestais e microfones. Eu e minhas primas colocávamos os discos de vinil e a performance começava. Isso e os famosos “bailinhos”, com direito a lenço da minha mãe na cabeça imitando o Axl Rose.

Aos 12 anos, ganhei minha primeira guitarra, e quando viajávamos para a chácara do meu tio em Tietê (um baaaita calor), eu me enfiava no porão (porque porão era coisa de roqueiro) e, com a minha Washburn e meu amplificador Crate de 15 watts, ficava tocando horas a fio (e suando).

Depois disso passei por diversas bandas, toquei em vários lugares no circuito de bares de São Paulo (principalmente entre 2005 e 2009) e hoje já trabalho com música há mais de dez anos.

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A música sempre me inspirou e me inspira em diversos âmbitos. Eu sempre tive o conceito de que a vida precisa ter trilha sonora. Mesmo no silêncio de uma casa no campo, o barulho do vento, dos pássaros, soa como música para mim. Além disso, não consigo fazer uma atividade por muito tempo sem ligar o Spotify.

Uma coisa que acho que se perdeu um pouco foi o lance de “agora vou ouvir música”, sempre ouvimos música fazendo outra coisa, seja correndo, trabalhando, criando, mas raramente paramos para “ouvir música”, como se fazia nos tempos do vinil. Vejo que algumas pessoas estão resgatando isso e eu mesmo às vezes coloco o fone, paro tudo e “ouço música”, apenas isso.

Apesar do rock’n’roll ter sido o carro-chefe das minhas descobertas musicais, sou bem eclético, gosto muito de country, folk, blues e jazz, e estou sempre pesquisando e procurando novos artistas, novas bandas e novas sonoridades, praticamente o tempo todo.

Atualmente, tenho uma banda de Southern Rock com alguns amigos, tenho dois discos gravados: Believe is not enough, lançado em 2010, tem algumas músicas produzidas pelo Caito Cyrillo (meu sócio), e Aquela da Balada (disponível no Spotify), lançado em 2015, composto, arranjado e produzido por mim. Hoje, eu e Caito, estamos produzindo um terceiro, com uma onda bem pop e contagiante. Costumo dizer que tenho três grandes paixões que desde sempre estão interligadas: música, cinema e fotografia, e, hoje, sou muito feliz por trabalhar com elas diariamente. “Without a song, the day would never end” (Frank Sinatra).

Luciano Mathias é sócio e produtor-executivo da Trio