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Recentemente, a Prefeitura de São Paulo anunciou que o Réveillon da Paulista terá fogos silenciosos, atendendo aos pedidos de defensores dos animais. A atitude louvável reforça uma verdade contemporânea: é preciso pensar em todos. Na propaganda, algo parecido já havia acontecido em 2016, quando a Bizsys executou um projeto que trazia essa temática, mas com foco em ajudar ex-militares americanos. O case “The Speaking Fireworks” faturou um Leão de Bronze em Cannes.

A empresa nasceu em 2006 e foi fundada para criar novas formas de interação entre consumidores e marcas usando tecnologia. O CEO da Bizsys, Fábio Palma, falou ao PROPMARK sobre a importância de olhar para situações de forma humana e assim poder criar projetos que revertam algo de valor para a população e sociedade.

“O principal objetivo da publicidade é vender, afinal, as empresas precisam disso para ter saúde financeira. Mas, cada vez mais, as marcas fazem parte do dia a dia das pessoas, e sua relação com o público se mistura com seu posicionamento social. Abraçar essas causas fortalece a conexão com o consumidor”, explica Palma.

Nos mais de 10 anos de mercado, a empresa já produziu inúmeros projetos que ajudaram pessoas. “Posso citar alguns, como a lâmpada sinalizadora de monóxido de carbono que detectava a presença deste gás nocivo à saúde no ambiente”, exemplifica o CEO. Veja:

Fábio também destaca o case “The Clean Braille” para a Lifebuoy. “Quando é usado higieniza a mão da pessoa e o próprio equipamento”, explica. Confira:

Mas com tanta tecnologia, será que a comunicação não anda engessada? Depende. “A automatização de ferramentas passivas engessa, sem dúvida. Ela não diferencia o consumidor e torna a propaganda algo que muitas vezes persegue o cliente, e não agrada. Entretanto, nós estamos presenciando um momento único da humanidade, e, por consequência,  da propaganda. Essa mudança se dá nas ferramentas, que antes eram apenas passivas (mesmo que automatizadas), e, agora, em outro extremo, estão virando intuitivas e inteligentes”, explica o executivo.

Segundo Fábio, colocando em termos práticos, as ferramentas passivas são aquelas que estamos mais acostumados, como uma caneta, um mouse, ou mesmo nossos carros. Por muito tempo nos cercamos delas. Damos ordens, sejam verbais, manuais ou em outro formato, e elas executam. “Uma criação de uma peça publicitária ainda passa na maioria das vezes pela mão e cabeça artística de um redator e um diretor de arte”, comenta.

Mas, a inteligência artificial e machine learning estão transformando as ferramentas que convivemos em “seres pensantes”. Elas não recebem mais ordens e simplesmente executam. Elas aprendem e tomam decisões por conta própria.

“Sempre digo que temos que parar de forçar nossos consumidores a quererem algo, e sim entendermos o que eles querem e personalizarmos a experiência para eles. Este é o cenário perfeito para isso”, enfatiza.

Para o CEO, a tendência é que a comunicação se torne muito mais pessoal. Ajustada para o individuo que a consome. “Neste ponto será mais humana, pois falará melhor com as pessoas. Mas, por outro lado, pode não ser mais feita por humanos. Pelo menos em boa parte dela”, finaliza.