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A Editora Abril pretende repassar ao banco de investimentos BTG Pactual a revista Exame. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo e do Valor. Este processo faz parte da estratégia do novo controlador da companhia, Fábio Carvalho.

De acordo com informações do mercado, além da Exame, o executivo estaria buscando compradores para outras publicações, como Casa Cor e Guia do Estudante.

Em casos de recuperação judicial é permitido que a empresa venda unidades produtivas em formato de leilão. No entanto, o BTG já teria manifestado interesse na Exame. Os demais títulos poderão ser leiloados em breve.

O BTG financiou o aporte de R$ 70 milhões realizado por Carvalho na Abril. A empresa entrou em recuperação judicial com uma dívida de R$ 1,6 bilhão, considerada impagável. Carvalho arrematou a Abril pelo valor simbólico de R$ 100 mil.

O executivo  é sócio das varejistas Leader e Casa & Vídeo. Antes de Carvalho assumir, a Alvarez & Marsal, consultoria americana, elaborou o plano de reestruturação da Abril, que prevê desconto de 92% nos débitos e 18 anos de prazo para pagamento.

Cerca de R$ 1,2 bilhão estavam sob poder dos bancos brasileiros. A Enforce, empresa de recuperação de débitos de difícil recuperação é responsável pelo plano da Abril. A companhia também pertence ao BTG.  

O plano prevê que a Abril reduza a uma fração a sua abrangência. Oito títulos impressos estão sob o guarda-chuva da empresa: Veja, Exame, Cláudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Saúde, Você S.A. e Você RH. Além disso, é responsável pelas publicações Capricho e Minha Casa no universo digital. Em 2018, a editora demitiu cerca de 800 funcionários e optou por mudar de endereço.

Por meio de nota, a Abril afirmou que “parte da estratégia de restruturação passará pela busca de oportunidades para venda de ativos. Como o grupo está em recuperação judicial, qualquer venda de ativo será contemplada no plano, que ainda está em processo de revisão e será submetido à aprovação em assembleia de credores. Somente depois desta aprovação, unidades poderão ser vendidas em leilão judicial sem comprador pré-definido.”

A reportagem do PROPMARK entrou em contato com o BTG Pactual e o banco disse que não vai comentar o assunto.