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Recebo a notícia da morte de Zaragoza, com um nó na garganta.

Sempre tive para mim que os grandes artistas jamais deveriam nos deixar. De alguma forma, a ciência se esforçaria para preservá-los e, de vez em quando, ainda que por um dia por ano, eles voltariam a sua vida normal para aumentar ainda mais a sua incalculável contribuição à causa da Humanidade.

Imagine o internauta podermos ouvir e ver ainda que somente por 30 minutos, Einstein revelando novas teorias sobre o infinito do universo. Ou, Napoleão Bonaparte discorrendo ao vivo e em cores sobre Emmanuel Macron, 39, e o retorno da jovialidade na França.

Aqui no Brasil, o que diria Vargas sobre o populismo que grandes malandros disseram ter implantado nos hostes oficiais, porém pensando somente neles?

José Zaragoza não poderia ter nos deixado. Tinha ainda muitas coisas a nos dizer através da sua arte, do seu jeito de catalão mais brasileiro que conheci, da sua suavidade, aquele seu olhar pelo qual muitas mulheres suspiraram.

A propaganda brasileira deve muito a ele. As grandes e inesquecíveis  campanhas da DPZ da sua época e de Petit e Duailibi, com a contribuição de tantos outros talentos que ganhavam bem, mas quem sabe até de graça trabalhariam para esse trio fantástico, cuja história jamais terminará.

Tenho para mim que ele nos deixou nesta manhã, atendendo a um chamado de Francesc Petit, sentindo-se muito só na criação de campanhas para o Todo Poderoso, preocupado com o desgaste do seu marketing celestial.

Vamos combinar desde já uma coisa: na comemoração dos 50 anos do Colunistas, que vocês tanto ganharam em vida, venham juntos abraçar os vencedores daquela noite, discípulos das suas ideias, seguidores ainda que adicionando seus próprios talentos, da infinita capacidade artística com que Barcelona lhes concedeu.

Seus convites, ainda sem data, já se encontram na portaria.

Armando Ferrentini é presidente da Editora Referência, que publica o PROPMARK e as revistas Marketing e Propaganda