Na falta do que fazer e também de assuntos mais relevantes para comentar, a imprensa mundial dedica páginas e mais páginas para falar de todas aquelas novidades que certamente jamais aterrissarão no mercado.

E, se eventualmente um dia chegarem, não terão a menor relação com o entendimento e compreensão que hoje as pessoas têm.

Dentre os muitos exemplos, nos últimos dois anos, não se fala de outra coisa que não seja o tal de carro autônomo.

Começa que carro autônomo não é carro. Pode até ser na aparência, mas, em meu entendimento, carro sem piloto não é carro, ou automóvel. É um outro meio qualquer de transporte, que mereceria uma outra denominação.

Mais ainda, já que prescinde de motorista, por que não pensar o design do novo habitáculo a partir do zero, considerando o que verdadeiramente é importante para pessoas que não têm mais o que fazer com os pés e as mãos e os olhos e tudo o mais?

Agora o assunto são os tais de aviões sem pilotos.

Se carro sem motorista é alguma coisa para começar a se pensar lá para meados da próxima década, o avião sem piloto é para, no mínimo, 50 anos a partir de agora. Ou seja, para 2070.

Quem sabe, nunca! Se é que até lá as pessoas, para viajarem, precisarão de aviões ou transporte físico com todas as conquistas da comunicação quântica.

Ainda semanas atrás cientistas chineses anunciaram ao mundo que conseguiram teletransportar um objeto da Terra ao espaço através de um processo denominado de Emaranhamento Quântico.

Mas o assunto rende, as pessoas discutem e as empresas aéreas fazem os cálculos da economia que farão. A American Airlines, por exemplo, se animou e colocou na ponta do lápis.

No ano passado a empresa americana recorreu aos préstimos de 16.550 pilotos, que custaram a bagatela de US$ 4,5 bilhões.

Se, nos tais de avião sem piloto, embarcasse apenas um e por precaução, já faria uma economia de 37%, ou seja, quase US$ 1,7 bilhão no ano.

Mas se a galera já tivesse perdido o medo e o avião pudesse voar sozinho sem nenhum piloto a bordo, a economia saltaria para 74%, ou seja, US$ 3,33 bilhões.

E aí foram perguntar para os tais dos “russos”, isso mesmo, os clientes ou passageiros, se voariam num avião sem piloto.

17% responderam sim.

54% responderam “nem por um cacete”.

E 29% não entenderam a pergunta, pediram para repetir, começaram a se sentir mal e recusaram-se a responder.

Dos 29%, 3% se assustaram com a pergunta e saíram correndo…

Isso posto, todos tratando de acordar e ocupar os espaços da mídia para assuntos mais relevantes e na linha de um horizonte próximo.

Assim, agora, ao lado das fake news, as dumb, stupid, silly ou foolish news. A escolha é sua, a perda de tempo rigorosamente a mesma.

Francisco Alberto Madia de Souza é consultor de marketing (famadia@madiamm.com.br)

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