As instituições estão em descrédito com o brasileiro. Foi o que revelou a última pesquisa Pulso Brasil, monitoramento de opinião pública feito pela Ipsos Public Affairs. Nesse cenário de crise de confiança, em que 95% acredita que o país esteja no rumo errado, a população valoriza cada vez mais empresas que fortaleçam grandes causas.

Não à toa, para 82% das pessoas, o fator responsabilidade social é o mais importante para a decisão de compra de produto ou serviço.  Na mesma toada, para 92% da população, as empresas deveriam fazer mais para contribuir com a sociedade. Os resultados reforçam a nova pesquisa “Marketing Relacionado à Causa: O que é, Por que Adotar, Benefícios e Metodologia”, produzida pela Ipsos em parceria com a ESPM e Instituto Ayrton Senna, com apoio da Smiles.

O estudo foi apresentado nesta segunda-feira (27), em São Paulo, durante o Fórum de Marketing de Causa, e contou com a presença de representantes de entidades não governamentais, acadêmicos e executivos de marketing. Na ocasião, Danilo Cersosimo, diretor da Ipsos Affairs, trouxe os principais insights sobre o levantamento, feito em julho deste ano, com amostra representativa em todo o Brasil.

Os professores Marcus Nakagawa, coordenador do Centro ESPM de Desenvolvimento Socioambiental, e Marcelo Monteiro também apresentaram dados sobre o propósito da pesquisa, bem como sua metodologia das questões qualitativas e quantitativas.

Provando o peso das causas para a reputação das empresas, o estudo mostrou que manter práticas ambientais sustentáveis e contribuir para o desenvolvimento socioeconômico estão em segundo e terceiro lugar na lista do que mais importa como atividades para as empresas, na visão da população, perdendo apenas para o quesito “priorizar a segurança no local de trabalho”.

Entre as empresas engajadas socialmente mais reconhecidas, destaque para Banco do Brasil, Natura, Avon, O Boticário, Itaú, McDonald’s, Ypê, Unilever, P&G, Danone e Carrefour. O levantamento mostrou ainda que apesar de o brasileiro cobrar responsabilidade social das empresas, pouco conhece sobre marketing de causa. Nos últimos 12 meses, apenas 13% das pessoas compraram algum produto que destinava parte de seu valor para uma causa, enquanto 9% disse ter dado preferência a algum produto com tal proposta.

Desconhecedores do conceito marketing de causa (91% não sabem do que se trata), os brasileiros demonstram abertura para consumir de empresas atreladas ao tema. O dado foi constatado depois que a pesquisa lhes apresentou o significado de marketing de causa. Ainda assim, para o consumidor aceitar uma compra nessa modalidade, é importante que o valor do produto não seja aumentado, que seja conduzido por uma ONG reconhecida e por uma marca conhecida.

Na lista das entidades não governamentais mais lembradas pelos brasileiros, destaque para Apae, AACD, Unicef, Instituto Ayrton Senna, Greenpeace, Médicos Sem Fronteiras, Legião da Boa Vontade, SOS Mata Atlântica, Criança Esperança, GRAAC, NU e Casas André Luiz.

O levantamento completo com análise dos executivos que apostam no marketing de causa e das entidades envolvidas pode ser conferido na próxima edição impressa do PROPMARK.