A Contato Brasil, empresa que há 40 anos realiza a comercialização de mídia exterior no país, reuniu nesta quinta-feira (30), no hotel Bourbon Convention Ibirapuera, em São Paulo, profissionais da indústria da comunicação e empresários da área de OOH (Out of Home) de todo o Brasil para debater ideias, proporcionar trocas de experiências e refletir sobre os desafios do setor. A abertura do evento, que contou com diversas palestras, ficou por conta de Raul Nogueira Filho, presidente da Contato Brasil, que falou da importância em discutir as transformações do mercado de mídia, em especial, da mídia exterior.

“O setor perdeu identidade, pois as pessoas não enxergam mais a mídia na rua. O termo Cidade Limpa, na realidade, é uma lei suja. Isso é um cometimento contra uma profissão legalizada. Então, na realidade, temos uma proibição e uma incompetência administrativa da sua maior abrangência. A cidade de São Paulo é o grande mercado, pois aqui estão os grandes clientes e agências. Todos nós sabemos que quem não é visto não é lembrado”, revela Nogueira Filho.

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Algumas lideranças do mercado publicitário marcaram presença no evento. O presidente da agência Lew’Lara/TBWA, Marcio Oliveira, discursou sobre o valor das marcas na era de um novo significado de concorrência. Já Sérgio Brotto, diretor de mídia da DM9, começou sua apresentação revelando que a mídia exterior é o segundo meio de comunicação em penetração, só perde para a televisão aberta, e o quinto em programação.

“Os novos profissionais de mídia não possuem experiência com a área, pois não viveram a grande época do OOH em São Paulo. Na época na Lei da Cidade Limpa, em 2007, alguns destes profissionais tinham 12 ou 13 anos, ou seja, eles são nativos da mídia digital e não entendem dos formatos para melhorar os planos. Eles precisam conhecer mais do setor e saber quantas pessoas vão impactar para depois fazer a compra de mídia”, afirma Brotto.

Alisson Fernández

Questionado pelas empresas de mídia exterior sobre qual a melhor forma de apresentar os produtos na agência, Brotto diz que primeiro é necessário fortalecer o setor. “É preciso vender o meio antes dos produtos. Precisa fortalecer primeiro o mercado de OOH para depois mostrar que dá para fazer campanhas diferenciadas. As agências precisam da ajuda do setor”, completa.

Se antigamente a falta de métricas para mensurar a efetividade das campanhas de OOH era um empecilho para os profissionais de mídia inserirem a área em suas programações, atualmente, isto já não é mais um problema. O mercado, neste momento, conta com diversas ferramentas.

“A falta de métricas são coisas do passado. Atualmente temos como mensurar os resultados. Está comprovado. Temos associações e institutos como o IVC investindo nesta e isso é muito importante. Então, não podemos ficar lembrando do passado, temos que ver o presente. Hoje existe muita informação e qualificação para mensurar aquilo que está na rua. Essa é a modernidade de hoje e temos que apresentar isso para as agências, clientes e mercado”, sinaliza Nogueira Filho.     

Com um olhar criativo, Marcos Medeiros, CCO da CP+B Brasil, fechou o evento como tema “Inovação na mídia mais antiga do mundo”, e exibiu uma série de campanhas que utilizam o meio de forma eficiente e criativa.

“O que me fez querer trabalhar com propaganda foi o outdoor. De fato é o veículo mais antigo do mundo e com poucas palavras consegue passar a mensagem. Todo mundo vê e fala sobre ele. Sou um apaixonado por tecnologia, mas tenho certeza de que ela gera novas formas para o criativo expor ideias no setor. Em São Paulo, onde há tantas limitações, elas fazem com que a criatividade seja ainda mais necessária”, finalizou Medeiros.

Alisson Fernández