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Aconteceu nesta quarta-feira, 12, o seminário “Tendências e Perspectivas para o Jornalismo Digital em 2019”, promovido pela Associação Nacional de Jornais (ANJ) e Associação Nacional de Editores de Revistas (ANER).

Um dos objetivos era refletir sobre as principais questões de estratégia digital que ocuparam a imprensa em 2018 e projetar temas que merecerão atenção do setor em 2019. O primeiro painel, intitulado “O combate à desinformação durante as eleições no Brasil”, levantou a discussão do combate às fake news.

Um dos presentes foi Sérgio Lüdtke, editor-chefe do Projeto Comprova, que lutou contra as notícias falsas durante o pleito de 2018. O profissional ressaltou que muito se reclama do Facebook e WhatsApp sobre a falta de iniciativas das plataformas no combate às fake news, mas é preciso lembrar de outro player. “O Youtube precisa ser muito mais cobrado pela disseminação da desinformação”, comentou.

Outro alerta feito por Lüdtke foi o fato de que muitos jornais grandes pedem que o público se informe, mas fecham o conteúdo por meio do paywall. Não era o caso dos sites da Globo, conforme explicou Marcia Menezes, diretora de conteúdo do G1, também presente no painel. “Publicávamos as matérias do Fato ou Fake fora do paywall. Até mesmo em O Globo”, explicou.

Beth Saad, pesquisadora de comunicações e estratégias digitais da ECA/USP, deu uma visão mais acadêmica para o bate-papo. “Audiências tendem a acreditar mais no que circula por suas redes sociais do que em processos legitimados do jornalismo”, afirmou. Por isso mesmo, os desafios para o futuro são diversos. 

“Os cidadãos precisam estar capacitados para decodificar as artimanhas da mentira. O jornalismo tem parte nisso”, analisou o editor do Comprova. Sérgio também crê que todos devem ser educados como mídia. O cidadão precisa assumir/saber qual a responsabilidade dele com a disseminação de informações falsas.

“Nós, jornalistas, precisamos levar essa discussão para a sociedade”, finalizou.