Novos governantes e congressistas escolhidos e agora vem o momento da transição. Este último bimestre do ano será de trabalho intenso das equipes de transição dos governos estaduais e federal.

Na pauta, assuntos de suma importância para a sociedade brasileira. Saúde, educação, segurança, economia… Tudo é prioritário e merecedor de grande atenção. Mas e a comunicação? Sim, a comunicação!

Para alguns governantes, a comunicação pode parecer algo secundário. E aí está o grande engano! É preciso ter em mente que, de acordo com estudos, mais de dois terços dos problemas (sejam eles de qualquer natureza) são originários de uma má comunicação ou da ausência dela.

De nada adiantará um planejamento competente e o estabelecimento de um programa de ação que atenda às necessidades do país ou do estado se não houver uma boa comunicação e um consequente engajamento daqueles que mais interessam: os cidadãos.

Quantos e bons projetos são malsucedidos por não terem sido devida e competentemente comunicados… Some-se a isso a necessidade de se alinhar o posicionamento geral e a linha de atuação dos novos governantes. Explico: durante a campanha, a luta feroz entre os candidatos exige uma comunicação carregada nas tintas. Muitos pontos são exacerbados, pela conveniência de se enfatizar um diferencial do candidato.

Concluída a eleição é necessário um reposicionamento, dando ênfase no programa de governo e não mais no ataque ao opositor. É hora de deixar claro até onde vai a tal direita (ou esquerda) adotada pelo governante, sem a emoção da campanha. É a hora de explicar os passos a serem dados para efetivação de um plano de ação.

É hora de detalhar a estratégia, estabelecer prioridades e conquistar o entendimento e o engajamento do público. Isso se faz com uma boa comunicação.

Já em 2019, quando os projetos forem colocados em prática, a boa comunicação continuará imprescindível.
O povo quer transparência. Quer saber o que está sendo feito com o seu dinheiro. Desde já, fica uma dica crucial para o governante: não tente fazer isso de forma caseira, amadora. Há uma máxima que diz: “Não vale o que se diz. O que vale é o que o outro escuta”.

Por mais que haja boa intenção ao efetivar uma comunicação, seu entendimento pode ser comprometido pela falta de conhecimento e profissionalismo na formatação da mensagem. Isso é coisa para profissional. E os governantes podem ficar tranquilos.

O Brasil está entre os melhores do mundo no tocante à propaganda e aos processos de comunicação. Existem por aqui agências e profissionais de comunicação reverenciados pelo mundo afora. A propaganda brasileira também é reconhecida pela sua maturidade e capacidade de autorregulação. Uma boa comunicação garantirá uma equalização nas expectativas, colocando todos – governantes e governados – numa mesma sintonia.

A ausência dela, ao contrário, deixará o governante à mercê de interpretações nem sempre equilibradas e fidedignas. E não espere o governante resolver seus desafios de comunicação apenas por intermédio de redes sociais.

Basta lembrar que mesmo o líder da maior rede social, Mark Zuckerberg, se utilizou de veículos tradicionais quando precisou se defender da acusação de manipulação de dados pessoais dos usuários do seu Facebook.

Também nas redes sociais é preciso profissionalismo para se comunicar. A cada post, haverá uma reação. É preciso saber lidar com isso. E isso, repito, é coisa para profissional. Por isso, caro(a) governante, minha dica final é: não subestime a comunicação, a propaganda, durante seu governo.

Faça uma licitação competente e aloque recursos compatíveis. Para o bem de todas as demais atividades da sua gestão, não prescinda de uma atuação profissional na condução dos processos de comunicação do seu governo.

E pode contar com a gente! #tamojunto

Alexis Thuller Pagliarini é superintendente da Fenapro (Federação Nacional de Agências de Propaganda)
(alexis@fenapro.org.br)