De todas as mudanças que o consumidor já passou, a que estamos vivendo agora é a mais relevante, por conta da força de reverberação que ele ganhou. E ainda há muito o que conquistar. Mesmo antes da internet, o consumidor já tinha opinião. E trocava suas conclusões com sua cadeia de stakeholders: colegas de trabalho, familiares, amigos. Hoje, ele pode expor sua opinião para literalmente o mundo inteiro através das redes sociais.

Esse empoderamento sintomático deve estar na pauta das empresas e das agências de comunicação. Diante desse cenário, é inevitável mudar de atitude. Essa mudança tornou impossível o job criado de maneira isolada em salas de profissionais de criação e de planejadores. Hoje a co-criação com o público é a mudança mais significativa na comunicação e é o grande desafio do mercado.

Outro ponto é a multiplicação de canais de comunicação, o que possibilita um mix de marketing nunca visto antes na história. Somado a isso, em qualquer um desses canais o consumidor tem voz e poder de reverberação em tempo real. O desafio da comunicação na era co-criação é ainda maior, pois a ideia e o conceito, precisam ser difundidos e divididos em uma pluralidade de canais – integrados entre si e coerentes com a história que está sendo contada.

A era digital permite uma série de soluções, mas o consumidor é o ator mais importante. Sempre foi. Ele decide o que vai comprar e, nesse ambiente de crise que vivemos, ele está muito mais seletivo. Mas muito mesmo. A agenda nesse dia do consumidor é buscar intimidade com ele, mas uma intimidade verdadeira. A tecnologia permite saber quem são os consumidores. A comunicação precisa ir além do algoritmo. Tem que ser humana, sensível e com propósito.

Fernando Guntovitch é presidente da The Group Comunicação