A força das crianças na decisão de compra das famílias está mudando o comportamento das marcas no mercado. Isso porque um estudo online realizado pelo Ipsos Media CT e comissionado pelo Facebook, chamado ‘Meet the Parents’, as crianças tem exercido grande influência nas decisões de compra de uma casa. 59% dos pais afirmam que seus filhos têm mais impacto nas decisões de compra do que eles tinham durante o seu crescimento, com suas famílias.

As marcas, por sua vez, devem reconhecer o círculo crescente de influência que crianças, membros da família e amigos têm nas tomadas de decisão dos pais, explica Gabriel Gontijo, coordenador do estudo no Facebook. Ele também destaca que essa rede de influência vai se transformando na medida em que as crianças crescem. “Elas podem manter conversas e endereçar diretamente as necessidade de ambos os pais e outros que estão norteando as compras por meio das plataformas”.

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As diferenças entre as relações no passado e atualmente são entendidas por 69% dos pais que afirmam comprar mais produtos específicos para crianças do que seus pais compravam para eles próprios na mesma fase.

E aquela velha tática de ‘importunar’ os pais para que comprem produtos para os filhos pode não estar mais funcionando. Segundo o estudo, essa estratégia pode estar sendo substituída por informação que, em algumas categorias, as crianças se tornam especialistas. “As marcas precisam entender as mudanças nas dinâmicas de educar uma criança e reconhecer que as famílias existem em diversas formas, tamanhos e com realidades distintas”, analisa Gontijo.

O mobile também apareceu em alta no estudo, que afirma ser ‘um salva-vidas de conectividade para os pais, que passam mais tempo conectados no celular do que pessoas que ainda não têm filhos’. Os novos pais, por exemplo, passam 1,2 vezes mais tempo no Facebook do que quem não tem filhos.

Gontijo explica que as mães da geração dos millennials, por exemplo, usam seus telefones móveis para tomar decisões de compras com base em informações. As redes sociais criam um contexto diferente para essa troca e consumo de conteúdo. “Isso é uma oportunidade para as marcas e anunciantes alcançarem uma nova geração de compradores, pautados pelo seu interesse direto e com informações relevantes para eles”.

Portanto, investir em conteúdo relevante e criativo, que pode ser consumido com vídeo e por mobile, por exemplo, as campanhas terão mais impacto e eficiência. Mães de primeira viagem passam 1,3 vezes mais tempo no Facebook pelo celular do que mulheres que não têm filhos.

“É preciso reconhecer que criar um filho envolve um conjunto de emoções diferentes e as marcas hoje têm mais reconhecimento sobre cada família, para apresentar retratos autênticos sobre mães e pais e ajudar a relacionar com mais propriedade os problemas e preocupações que eles enfrentam com as conversas que eles querem manter com esse público”, ressalta Gontijo.

No estudo, existe uma influência forte dos filhos para grande parte das famílias na hora de decidir viagens (65%), cosméticos e higiene pessoal (73%), refeições (70%), investimentos e serviços financeiros (70%) e os dispositivos eletrônicos (88%) que se compra. Ou seja, a maior parte dos setores da indústria, comércio e serviços é afetada pelo fato de as pessoas terem ou não filhos e a idade que esses filhos se encontram. Além disso, as crianças preferem compras online, já que 81% dos pais entrevistados afirmam que seus filhos os influenciam a consumir no e-commerce.

Sendo a internet uma forte aliada dos pais no acesso a informação, Gontijo acredita ser esse um insight poderoso na hora de desenhar campanhas, criar conteúdos e mensagens. “Mas tem que ser deforma objetiva, permitindo que as marcas possam criar diálogos e se inserir organicamente no universo dos pais, criando relações duradouras e tirando ainda mais proveito de ferramentas como o Facebook”, observa o executivo.