Faz mais de 15 anos que o brasileiro conhece o nome Endemol Shine, desde que a empresa chegou ao país com o sucesso mundial Big Brother. O primeiro pé no Brasil foi com a joint-venture com a Globo. A sociedade foi desfeita em fevereiro deste ano, mas a produtora continua trabalhando com a emissora e o reality segue rumo a sua 18ª edição.

O segundo pé da empresa foi colocado em 2007, com a Endemol Shine Brasil, criada para trabalhar com todas as emissoras e diversos gêneros de programa e conteúdo. Ao longo destes dez anos, a ESB realizou mais de 100 projetos, com mais de 200 produtos de marca licenciados. Em comparação a 2016, cresceu 133% em faturamento, tendo hoje 30% dele de ações e projetos de branded content.

O fim da primeira década no país tem novidades: em 2018, a produtora vai investir no segmento de ficção e exportar formatos brasileiros. Mas enquanto não começa a trilhar esse caminho, a ideia é celebrar os projetos já consolidados no território nacional, portfólio que inclui MasterChef Brasil, Your Face Sounds Familiar, Dancing Brasil, Batalha dos Confeiteiros, Dança dos Famosos, Escola para Maridos, Batalha dos Cozinheiros, Rola ou Enrola?, Saltibum, Agora ou Nunca e Esse Artista Sou Eu.

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Laurens Drillich, presidente da Endemol Shine Latino, destaca a expansão da Endemol Shine Brasil, que iniciou como uma pequena empresa para servir a todos os canais. “Ela cresceu muito e agora é, provavelmente, a maior produtora independente no Brasil, realizando todos os gêneros para todas as emissoras”, comenta.

Apesar da expansão, os primeiros frutos no país, como o BBB, estão firmes e fortes no leque da casa. Juliana Algañaraz, diretora-geral da Endemol Shine Brasil, afirma que o reality continua um fenômeno, com mais de 50 adaptações. São 19 temporadas nos Estados Unidos e 18 no Reino Unido, na Espanha e no Brasil. “O formato segue fazendo sucesso e se tornou um clássico graças à parceria com a Rede Globo. Ainda temos muito espaço para explorá-lo no mercado brasileiro”, afirma.

Outro diamante da produtora está na Band. O MasterChef estreou na emissora em 2014 e, ao longo de suas edições, tem quebrado recorde de audiência e engajamento do público. O formato figura entre os cinco maiores da produtora no mundo, já foi adaptado em mais de 50 territórios e atualmente é o talent show de culinária mais famoso. Seu sucesso no Brasil era previsto e grande parte resulta, segundo os executivos, de uma estratégia digital e multiplataforma, item indispensável em todos os projetos da ESB. A empresa mantém uma equipe de digital e branded content que desenvolve estratégias para cada cliente e parceiro. “Nossos projetos começaram a pautar as conversas e a fazer parte do cotidiano dos brasileiros, assim como as novelas e os jornais”, diz Juliana.

Como parte de uma empresa global, a ESB pode oferecer aos clientes e parceiros ideias testadas e com resultados comprovados previamente. Mas, segundo os executivos, não basta replicar, é preciso adaptar cada projeto cuidadosamente, preservando seus elementos principais e, ao mesmo tempo, personalizando para o gosto da cultura local. “Fazemos pesquisa personalizada, levando em conta o perfil e as tendências do mercado audiovisual, sempre em busca de trazer a melhor experiência para o mercado e da audiência”, explica Juliana. “O sucesso local de formatos internacionais realça que o que funciona no mercado global também funciona no Brasil. Mas não existe uma fórmula científica, embora diversão, família e festa sejam características importantes”, completa Drillich.

Quando lembra o início da ESB, ele acredita que a grande mudança está na forma de distribuição e consumo de conteúdo, que ganhou mais plataformas, competição mais acirrada e espectadores com maior poder de escolha. Como desafios, aponta a batalha para manter direitos e diminuir as pressões do mercado, mas vê a ESB bem posicionada com “frente criativa forte” e “catálogo global de formatos originais”. Por isso, está otimista. “A demanda por conteúdo de alta qualidade é maior do que nunca e quando olhamos a força do drama, reality e entretenimento, entendemos o motivo de as pessoas falarem que esta é a Era de Ouro do mercado”.