Reprodução/Instagram

Nos últimos dias, a cantora Anitta é novamente assunto de conversas nas redes sociais. Mas dessa vez não é pelo lançamento de uma música, uma coreografia ou novidade em sua carreira. A artista está no  centro de uma polêmica por não se posicionar sobre Jair Bolsonaro.

De um lado da corda, parte de seus fãs, especialmente do público formado por LGBT+ e mulheres, cobram um posicionamento claro dela sobre o político, que é acusado de ter posições homofóbicas e machistas. A maior parte dos comentários é pelo uso da #elenão, que virou símbolo contra o político, a partir de um grupo de mulheres no Facebook. Na outra ponta, ela está sendo defendida por eleitores do candidato do PSL, que interpretaram seu “silêncio” como um apoio a ele e postam imagens e agradecimentos a ela. 

A Constituição brasileira garante que o voto é secreto e ninguém é obrigado a se manifestar publicamente contra ou a favor de nada. Anitta usou duas de suas redes sociais para se defender e fazer uso desse direito. Pelo Instagram, ela fez um post sobre suas convicções na última quarta-feira (20). Nesta quinta (21), ela postou um vídeo, reforçando não ter laços com qualquer político, e pedindo para não ligarem a imagem dela a nenhuma campanha.

 
 
 
Visualizar esta foto no Instagram.
 
 

Essa sou eu. Eu sou contra a violência, contra a discriminação de qualquer espécie. Sou contra o ódio e a intolerância. Sou a favor da igualdade de gênero, contra a homofobia e o racismo. Defendo a liberdade do outro de decidir o que fazer com seu corpo. Através da minha arte tento contribuir com o que posso para vivermos num mundo melhor e mais igualitário. Anos de trabalho na minha carreira de cantora em que apoiei de diversas maneiras as idéias que acredito não vão ser apagados por não querer me envolver com política, pelo menos não para mim. Eu sou brasileira e quero que nosso país melhore assim como cada um de vocês. Eu nasci pobre e com muito esforço tenho conquistado meu caminho. Sofri por ser funkeira, favelada e ainda sofro por ser mulher. Eu não queria sofrer ainda mais com tanto ódio e ataques. Vivemos tempos difíceis e é esse o meu desejo. Qualquer coisa diferente do que citei acima não tem meu apoio, obviamente. Respeitem o próximo e suas decisões. Isso sim vai ajudar a sermos uma sociedade tolerante. Nós somos esse país.

Uma publicação compartilhada por anitta 🎤 (@anitta) em 19 de Set, 2018 às 2:55 PDT

 

 
 
 
Visualizar esta foto no Instagram.
 
 
 

Uma publicação compartilhada por anitta 🎤 (@anitta) em 20 de Set, 2018 às 11:36 PDT

 

Já no Twitter ela fez uma série de posts, explicando que não quer fazer campanha para qualquer político e nem faz isso ao seguir um perfil.

Comparações e caça às marcas

Além da cobrança para “escolher” um lado, Anitta está sendo criticada tanto pela sua atuação como marca quanto pela relação com anunciantes. Internautas mencionam bastante a expressão “pink money”, relacionada ao consumo do público LGBT+, para falar que ela se beneficia desses públicos quando lhe convém. Em comentários, eles afirmam que ela poderia ficar em silêncio: “Não adianta subir no trio da Parada e depois simpatizar com o candidato fascista. Falar que é aliada só na hora dos benefícios e não se posicionar quando precisa é oportunismo. Por mim tá cancelada”, escreveu um internauta na fanpage da cantora. “Vai malandra. An an. Pega o pink money e enfia no bumbum. An an”, escreveu outro, parodiando sucesso da artista. “Apoia candidato racista, não compro!”, comentou outro.

A polêmica resultou em uma série de ações contrárias a cantora e a algumas marcas relacionadas a ela. Essa semana, a artista foi anunciada como porta-voz de Ipanema para o “Movimento Livre dos Pés à Cabeça”, que visa expressar pluralidades femininas para despertar o sentimento de liberdade nas mulheres brasileiras.

A campanha está repercutindo muito bem, mas as críticas à Anitta chegaram a perfis da marca de sandálias nas redes sociais, com a #elenão e marcando uma das principais concorrentes. No Instagram, posts sobre a parceria têm comentários como “A gente não compra sandália de cantora que apoia Bolsonaro .. Sorry aqui é @havaianas”, “Uma pena não vou usar mais Ipanema #elenao”, “Uma pena associarem a marca a uma pessoa que nao se posiciona contra o odio, a violencia, o preconceito!!” e “Demorou pra @havaianas_bra fazer um muito mais legal com Izaa, Pitty e Vittar”.

 
 
 
Visualizar esta foto no Instagram.
 
 

Ser #LivreDosPésÀCabeça é ser parte desse time de mulheres maravilhosas. Já ouviu esse hit? Vem com a gente!

Uma publicação compartilhada por Sandálias Ipanema (@sandaliasipanema) em 18 de Set, 2018 às 12:07 PDT

 
 
 
Visualizar esta foto no Instagram.
 
 

Mais do que um reforço: o movimento #LivreDosPésÀCabeça ganhou um hino. Se prepara e vem com a gente no dia 16.09.⠀ ⠀

Uma publicação compartilhada por Sandálias Ipanema (@sandaliasipanema) em 13 de Set, 2018 às 3:31 PDT

No Twitter, a relação dela com marcas também dividiu opiniões. A #ForçaAnitta aparece na plataforma.

Um segundo movimento é de internautas que foram checar nos seguidores da cantora quais marcas ela segue que são apoiadoras do candidato em questão. Nesse contexto, ela está sendo comparada negativamente com Pabblo Vittar e Iza, que romperam contrato com uma grife de calçados que lançou uma linha de botas com o rosto de Bolsonaro estampado. Segundo internautas, a cantora também tem parceria com a empresa.

Outro movimento é a #AnittaIsOverParty, com montagens e comentários insinuando o fim de sua carreira. A # figurou nos Trending Topics do Twitter. Internautas também a comparam com mulheres famosas como Sasha, Deborah Secco, Bruna Marquezine, Fernanda Paes Leme e Daniela Mercury, que se posicionaram contrário a ele.

 Leia mais

Anitta vira porta-voz do movimento Livre dos pés à cabeça de Ipanema
Combo: Anitta, Marina e Gagliasso juntos para Renault e McDonald’s
A onipresença de Anitta: dividir celebridades traz desafios para marcas