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O Oscar 2019 acontece no próximo domingo (24). A cerimônia terá início às 22h pelo horário de Brasília e será exibida pelo canal pago TNT.

A premiação é uma das mais tradicionais de todo o mundo. Ao longo de sua existência, a cerimônia reconheceu diversos filmes que inspiraram – e inspiram – a população do planeta. Obviamente, os comunicadores também são impactados pelos longas oscarizados.

Pensando nisso, PROPMARK perguntou a alguns nomes do mercado: filmes do Oscar que todo comunicador deve assistir e por quê?

Africa

Rodrigo Pirim

Rodrigo Ferrari, diretor geral de RTV da Africa, escolheu um filme vencedor do Oscar de 2016: “Spotlight – Segredos Revelados”. “Acreditar em uma história e ir até as últimas consequências, independentemente de quem possa ser atingido, é extremamente inspirador para qualquer jornalista ou comunicador”, afirma.

Airfluencers

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Para Rodrigo Soriano, CEO da Airfluencers, um dos filmes obrigatórios para comunicadores é “Forrest Gump”. “Esse filme é muito legal, pois mostra uma outra forma de montar uma narrativa e criar um storytelling (brilhante, por sinal). Forrest vai contando – e construindo – várias histórias, que mais tarde vamos descobrir que se cruzam e se complementam”, explica.

BETC/Havas

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Erh Ray, sócio e CEO da BETC/Havas, escolheu filmes recentes. “Com certeza ‘Bohemian Rhapsody’ é um filme que todo comunicador deve assistir. Além de ter conquistado o título de maior cinebiografia da história, porque levou milhões de espectadores ao cinema em todo o mundo, conta a história de uma pessoa que transformou a música e a vida de muitas pessoas com a sua criatividade”, afirma.

Como diretor de arte, Erh Ray comenta o efeito terapêutico de assistir aos filmes do diretor Wes Anderson, responsável pelo concorrente a melhor animação de 2019: “Ilha de Cachorros”. “O craft da produção é incontestável. O enredo é original e surpreendente, e vem acompanhado de uma trilha sonora (que inclusive está concorrendo a estatueta) que impressiona – ainda mais por ser uma animação. Acredito que comunicadores têm muito a aprender com o storytelling do diretor – que não está apenas nos diálogos e no óbvio, mas na sutileza e no cuidado em cada cena e de cada movimento. Por fim, tenho um carinho especial por filmes que retratam tão bem a Ásia”, explica.

Dentsu

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Filipe Cuvero, VP de criação da Dentsu, também optou por uma animação, mas indicada ao Oscar de 2016: a brasileira “O Menino e o Mundo”. “Conseguiu ser original na forma e na história, sem falar na beleza estética e de trilha sonora. O fato do personagem falar português de trás para frente também foi algo que me encantou. Uma obra com cara e criatividade brasileira”, comenta.

DPZ&T

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Os clássicos, é claro, estão presentes nas indicações. Carlos Schleder, diretor-executivo de criação da DPZ&T, cita alguns deles e ressalta: “comunicadores não precisam, necessariamente, assistir a filmes sobre comunicação. Nossas profissões, aliás, são bem romantizadas nessas produções. Acho que um grande comunicador se serve mais de bons exemplos de roteiros, montagem, fotografia, acting. Me parece mais útil beber dessa fonte e, por incrível que pareça, tem muita gente que não anda fazendo a lição de casa. Portanto, minhas recomendações são ‘O Poderoso Chefão’, ‘Pulp Fiction’, ‘Monstros S/A’, ‘Casablanca’ e o que mais enriqueça seu repertório.”

F.biz

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Já Fabio Astolpho, diretor de criação executivo da F.biz, escolheu jovens clássicos como dica. O primeiro foi “Birdman”. “Além de todo o virtuosismo, valor estético e um grande trabalho de craft tocado por Alejandro Iñárritu, o filme nos coloca, desde o primeiro momento, muito próximos aos personagens”, explica. A segunda escolha do criativo é “Quero ser John Malkovich”. “Primeiro por conta da espetacular criatividade do inimaginável roteiro escrito por Charlie Kauffmann, tanto pelo argumento quanto por todas as tramas que vão se costurando e por todos os pequenos detalhes que fazem dele um filme absolutamente divertido. Em segundo lugar, por conta da direção de Spike Jonze, que retrata de forma tão suave e natural um assunto tão incomum”, analisa.

FCB Health

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“Não sou o único que acha que Hollywood passa por um dos seus períodos menos inspirados. Muitos heróis para poucos vilões, talvez. Por isso minha sugestão para o próximo filme de sofa com heróis de verdade vai para ‘Children of Men’. Longe de ser um blockbuster, o longa estrelado por Clive Owen, Mr. Michael Caine e pela sempre incrível Julianne Moore, conta a história de uma Inglaterra sitiada e isolada no ano de 2027 (Brexit?) onde a infertilidade é uma ameaça global (The Handmaid’s Tale?) e o último humano a nascer em anos acaba de morrer (um tal Diego). Frente a um cenário desesperador, Theo, um burocrata desiludido se torna o herói improvável que pode salvar a humanidade. Children of Men é uma trama que inflama assuntos tão atuais como imigração, religião e morte”, explica Diego Freitas, co-managing director, ECD da FCB Health Brasil.

Seu colega, Mauro Arruda, co-Managing director e também ECD da FCB Health Brasil, diz que juntou duas paixões ao fazer sua indicação: publicidade e Queen. “Quem me conhece sabe que estou longe de ser isento. Em 1981, assisti ao vivo pela Bandeirantes ao show do Morumbi. Estava lá no show histórico do primeiro Rock in Rio, em 1985. E repeti a dose no mesmo festival, 30 anos depois – sem o Freddie, mas com meus filhos. Por isso minha expectativa sobre o biopic estava lá em cima, especialmente depois das dificuldades de produção, das trocas de protagonista e até de diretor. Nunca imaginei que o filme seria mainstream, muito menos candidato ao Oscar. Mas, pensando bem, não tinha como dar errado. A história de um cara capaz de reger multidões em uníssono, ao som da trilha sonora mais incrível que alguém poderia reunir, estava mesmo destinada ao sucesso. Assim como o próprio Freddie, aliás: ‘eu sempre soube que era uma estrela. Agora o mundo todo parece concordar comigo'”, explica o profissional. Veja um vídeo comparando as cenas do filme com as reais:

Fullpack

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A indicação agora é mais um filme recente: “Vice”. Produzido e dirigido por Adam McKay. “O cartaz de divulgação do filme tem uma direção de arte muito bacana que, na minha opinião, se destaca nas salas de cinema”, ressalta Álvaro Rodrigues, CEO e CCO da Fullpack.

Além disso, segundo o executivo, o tom da narrativa é uma aula de como conduzir o espectador pela história. “Referências da cultura pop e as imagens que surgem sem – a princípio – fazerem sentido, imprimem uma linguagem criativa ao filme, que sai do manjado território de filmes sobre personagens políticos”, explica.

Havas Health&You

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Ingrid Bachmann, diretora de negócios e relacionamento da Havas Health&You, diz que todo mundo deveria ver “Nasce uma Estrela”. “Além da atuação impressionante da Lady Gaga o filme aborda de uma maneira muito real (alerta de spoiler) a questão do suicídio e os sinais de alerta que a família e amigos não percebem. Tema que temos estudado muito aqui na agência”, analisa.

https://youtube.com/watch?v=jF2nWaWqVaQ

McDonald’s

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David Gringerg, vice-presidente de comunicação e relações com investidores da Arcos Dorados, que é empresa que administra a marca McDonald’s em 20 países da América Latina e Caribe, também indicou “A Star is Born”. “A atuação de Gaga com Cooper foi algo que casou muito bem, deixou o filme muito agradável e com uma trilha sonora marcante e emocionante”, elucida.

Já do Oscar passado, o executivo indicou o filme “The Post”. “É um filme muito interessante, principalmente para nós comunicadores, ao apresentar a importância da mídia americana e da investigação jornalística em fatos reais ocorridos nos Estados Unidos no final dos anos 60, criando uma tensão com o governo americano. O filme é muito empolgante e conta com atores impecáveis”, analisa.

https://youtube.com/watch?v=HKfV41DcmmA

P&G

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“O cinema é uma grande fonte de inspiração pra mim. São tantos exemplos que fica até difícil selecionar apenas dois filmes. Porém, há dois que, com linguagens bem diferentes, mostram que saber se comunicar é imprescindível: ‘O Discurso do Rei’ e ‘Zootopia’. Em ambos, temos exemplos da importância da oratória, de um discurso consistente e assertivo”, afirma Marjorie Teixeira, gerente de comunicação corporativa da P&G Brasil.

https://www.youtube.com/embed/FcwPoPqQDRE

Red Fuse Comunnications

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Já Ricardo Dolla, redator sênior da Red Fuse na França, indicou “A Grande Aposta – The Big Short”, vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Adaptado. “O roteiro tem a (complicadíssima) tarefa de explicar a crise financeira de 2007-2008 nos EUA para ignorantes em finanças como eu. A grande qualidade desse filme é exatamente não se levar a sério, como 99% das pessoas fariam pra falar desse assunto. No meio da história, quando obrigado a explicar mecanismos complexos do sistema financeiro, o filme recorre a um corte seco para uma atriz (Margot Robbie) dentro de uma banheira falando com o espectador (ou quebrando a quarta parede para cinéfilos) sobre os termos financeiros abordados na história. Depois o mesmo se repete com uma cantora pop (Selena Gomez) e um chef-apresentador de TV (Anthony Bourdain). Uma manobra criativa pra entreter o espectador no momento que você corre mais risco de perdê-lo, o que me lembra muito a definição do nossa indústria”, diz o criativo.

SunsetDDB

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Já Ligia Vulcano, copresidente da SunsetDDB, indica um filme do ano 2000 que retrata problemas de 2019. “Beleza Americana (2000), do diretor Sam Mendes e escrito por Alan Ball. O tom sarcástico e a falta dos padrões hollywoodianos para a época embalam o roteiro do filme, mostrando as consequências de uma sociedade materialista e que sobrevive de aparências para se encaixar em padrões. Tudo envolvido em muita sexualidade”, explica. “É um filme que nunca será velho. É pé no chão, escancara os bastidores da vida de cidadãos comuns, cercado de temas polêmicos. E o valor da aparência para a aprovação social jamais deixará de pautar a vida da grande maioria das pessoas. Somado à estética e formato, considero um filme essencial para quem, assim como nós, trabalha construindo imagens, seja para empresa ou seja pessoal”, analisa a executiva. 

Turner

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Outra que indicou “Nasce uma Estrela” foi Claudia Quintas, diretora de vendas nas plataformas digitais da Turner. Para ela, o fato de a obra ser um remake de sucesso é uma prova de sua eficácia e uma inspiração para comunicadores. “É o terceiro remake de um filme original lançado em 1937 mas que, para muitos, veio como uma obra original. Não vamos nos amedrontar com a comparação ao primeiro. Não tenhamos medo de experimentar ações novas, pois os conteúdos continuarão a ser determinantes para a construção das marcas. E é na criatividade, na inovação e na capacidade de arriscar que seremos capazes de construir a nossa obra-prima”, compara. 

“Acredito que as recentes previsões estejam certas e os investimentos publicitários continuarão a crescer em 2019. Então, pelo lado mais analítico da obra, vamos nós (amigos comunicadores) nos inspirar em Lady Gaga e Bradley Cooper que precisaram sair das suas zonas de conforto pessoais e executar papéis bem diferentes dos que os consagraram em suas carreiras”, explica. Veja o clipe da canção “Shallow”, música indicada ao Oscar:

 WMcCann

Alê OliveiraDivulgação

“Oscar, na minha infância, era sinônimo de uma noite em que eu ficava acordada até mais tarde com minha mãe, torcendo para um ou outro artista, já que não tínhamos acesso à maioria dos filmes quando as estatuetas eram distribuídas”, conta Tato Bono, VP de Produção da WMcCann.

 “Agradeço por aquelas noites acordada. E à minha mãe que, ao me deixar ficar acordada, sem saber plantou em mim o gosto pela produção. Hoje, confesso que parte da magia se perdeu”, analisa. “Fui ver alguns outros filmes indicados lendo pouco a respeito e evitando me impactar pelas redes sociais. Foi libertador. Foi libertador ter adorado a direção de arte de ‘Green Book’, não ter gostado da atuação dos atores e depois ver que o filme não foi indicado na primeira categoria e que Viggo Mortensen estava indicado. Libertador ficar incomodada com a fotografia e o figurino de ‘A Favorita’, que conseguiram me passar uma sensação insalubre, e depois pensar que ambos cumpriram o seu papel na narrativa. E, mais libertador ainda, não precisar ter lido nada sobre a técnica, exaltações positivas ou sobre o paralelo com a infância do Alfonso Cuarón para me conectar totalmente com ‘Roma’. Não precisava da infância dele quando já tinha a minha. E, se eu for filme a filme, tenho certeza de que todos me deram motivos para dedicar meu tempo”, relata Tato.