O bilionário Vincent Bolloré,  acionista da gigante da mídia Vivendi, foi preso nesta terça-feira (24) pela polícia francesa sob a acusação de corrupção. Segundo as autoridades, suas empresas teriam prestado serviços a candidaturas presidenciais de governos da Africa, há cerca de dez anos, e recebido a concessão de portos em troca. 

Os fatos teriam ocorrido em Togo e Guiné, em 2009 e 2010, segundo reportou o Le Monde. A movimentação suspeita teria sido feita através da rede de agências Havas, que tinha Bolloré como maior acionista.

A reportagem explica que o grupo do executivo teria ajudado autoridades locais a fazer suas campanhas eleitorais em troca de contratos de portos  em benefício da Bolloré SA, que é a maior operadora nesse setor em toda a África. Os serviços sob suspeita foram feitos pela Havas para Alpha Condé, hoje presidente da Guiné, e Faure Gnassingbé, de Togo. O Bolloré  Group conquistaria, em seguida, os contratos dos portos de Lomé (Togo) e Conakry (Guiné).

O grupo de Bolloré atua nas áreas de construção, logística, mídia e publicidade. Ele vendeu a participação majoritária no negócio de publicidade, o Havas, para o próprio Vivendi no ano passado. O seu grupo tem participação majoritária na Vivendi, que lhe dá o controle também da Havas, Canal+ e Universal, além da participação em outras empresas, como a Telecom Italia. 

O Bolloré Group confirmou que existe uma investigação, que ocorre em cima de denúncias de um ex-funcionário preso recentemente por “uso inapropriado de ativos”. Disse também que sua subsidiária no continente africano não se envolveu em atividades ilícitas. Havas e Vivendi não comentaram o assunto.

Curiosamente, no último dia 19 de abril, Bolloré anunciou a investidores que seu filho Yannick se tornaria chairman da Vivendi, dona de marcas como Universal Music, Canal e Daily Motion.  Ele é CEO global do Havas desde 2017.