Ao iniciar o painel sobre Inteligência Artificial no ABA Marketing in Rio, realizado na quarta-feira (7), Eraldo Carneiro, gerente de marcas, publicidade e mídias da Petrobras convidou os palestrantes a analisarem a tecnologia do ponto de vista social e humano.  O evento teve como tema “O ‘Quando’ das Mudanças é Agora e o Marketing não Pode Esperar”. 

O lado humano e a conexão mais profunda com as pessoas permeou, de alguma forma, todos os debates, em especial o painel “Prepare-se: a Inteligência Artificial Transformará nossa Vida Profissional”, que contou com a participação de José Saad Neto, head of insights da GoAd Media, Cristiana Lannes, diretora executiva Marketing e Estratégia da Xerox, e Jorge Toledo, VP Business Development and COO of SAP Hybris, e contou com a mediação de Carneiro.

“Estudos dão conta que 85% das interações serão feitas por inteligênica artificial sem interferência de pessoas até 2020. Ao mesmo tempo, em 2018, 20% da geração de conteúdo para negócios já vem de dispositivos com inteligência interficial. Como profissionais de marketing não podemos fugir de enxergar o uso da tecnologia de maneira responsável”, comentou Eraldo.  

José Saad Neto, head of insights da GoAd Media, destacou em sua apresentação alguns cases de bom uso da tecnologia, como o do aplicativo Blendoor, eleito a maior inovação de inteligência artificial no festival SXSW este ano.   O aplicativo é dirigido a gerentes de RH, que o usam para classificar um grupo diversificado de candidatos, sem contar com identificadores que possam envolver preconceitos inconscientes, como nomes, fotos e datas de trabalho. No Blendoor, os gerentes de RH veem perfis de candidatos com base em quão bem eles correspondem às suas necessidades e nada mais.

Cristiana Lannes, diretora executiva marketing e estratégia da Xerox, disse que a IA já está em todos os setores, e é preciso não perder de vista aquilo que nos torna humanos. Já Jorge Toledo, vice-presidente Business development e COO da SAP Hybris, comentou que todas as transformações tecnológicas geraram uma demanda complicada: não se trata de buscar mais agilidade ou rapidez, mas de se tornar mais humano.  

“O mundo hoje sabe mais de você do que você mesmo. É preciso saber para onde vão os dados, é preciso usar dados com consciência, e resgatar a confiança. Se não criarmos uma sociedade de confiança, estabelecendo relações de confiança entre marcas, pessoas, vamos perder o princípio básico de qualquer animal, a sociedade se desfaz”, comentou. 

O primeiro painel do evento teve como tema “Um Novo Papel das Marcas na Definição dos Caminhos para o Futuro: E Agora?”, e dialogou com alguns dos principais resultados da 18ª edição do estudo global Edelman Trust Barometer 2018, que mede os índices de confiança no Governo, Empresas, ONGs e Mídia.

Ana Julião, líder da Edelman Brasil no Rio de Janeiro, e Ana Paula Castello Branco, presidente da ABA Capítulo Rio e communication and brand director da TIM, com a mediação de Flavia da Justa, diretora de comunicação e Marketing da Oi, formaram um painel feminino que deu evidência ao aumento do protagonismo das marcas nas mudanças da sociedade como um todo.

“É uma oportunidade que as marcas têm neste momento, em que as pessoas confiam cada vez menos no governo, de assumir esta posição de mudar e de fato melhorar a vida das pessoas”, ressaltou Ana Paula.

O segundo painel, “Marcas para Diversos Públicos e Mercados – Tudo Junto, Misturado e ao mesmo Tempo”, contou com a abertura de André Torretta, presidente da A Ponte Estratégica, que defendeu que as marcas precisam olhar mais para o Brasil, conhecendo-o mais a fundo, buscando um jeito brasileiro de fazer comunicação.  Gustavo Ferro, gerente executivo de comunicação da Petrobras Distribuidora, e Raoni Lotar, gerente sênior da marca Coca-Cola, apresentaram suas respectivas estratégias para atingir públicos cada vez mais diversos e complexos em seus hábitos de consumo. A Coca-Cola, por exemplo, adotou seu posicionamento de empresa de bebidas completa, atendendo a todos os segmentos, enquanto a Petrobras Distribuidora busca ser uma solução de conveniência, ampliando o olhar para as oportunidades de se tornar relevante para seus públicos, indo muito além da venda de combustíveis para motoristas. 

O encerramento do encontro foi feito por Sandra Martinelli, presidente-executiva da ABA, que ressaltou algumas das principais conquistas da entidade este ano, ao encerrar este que foi o décimo e último evento do ano, completando a presença em sete capitais brasileiras.