O Brasil vive um período difícil de insatisfação geral. Com a queda de Dilma Rousseff e o enfraquecimento do PT, imaginava-se que teríamos um retorno a melhores dias e estes até chegaram a apontar no horizonte.

Mas o avançar da Lava Jato, que torcemos para que prossiga, foi desnudando, para a opinião pública brasileira, a má formação da sua elite política.

O que para uma boa parte da população era atributo de figuras de proa de apenas um partido político ou, no máximo, dele e de alguns satélites, começou a se revelar ser prática disseminada pelas diversas camadas de representantes dos partidos políticos em geral.

Um dos nossos leitores, Flavio Rezende, que durante anos militou na DPZ, ainda de Duailibi, Petit e Zaragoza, escreveu-nos para falar dessa desilusão que é de grande parte hoje dos brasileiros.

Rezende abre a sua narrativa – que denomina de A banalização da moral e o fim dos políticos – até de forma otimista, ainda que colocando o dedo na ferida:

 Diz o leitor: Eles, os tais políticos, ouso dizer todos, estão chegando ao fim. E o que vem por aí será melhor. Em minhas reflexões, baseadas na minha experiência de vida e nada acadêmicas, acredito que temos vivido bons tempos, grandes transformações. Vivemos mais e melhor, somos mais universais, a família virou famílias diversas (mas sempre famílias), as empresas entregam mais inovações, mais opções de escolhas e as profissões se transformaram. Hoje o mundo continua precisando de médicos, engenheiros, professores e advogados. Mas, a demanda aumentou e novas profissões estão aí: moda, culinária e mundo digital, entre tantas outras.

A única coisa que não se transformou e não avançou de verdade foi a política e os políticos. Pelo contrário, estão regredindo. E por que não mudaram? Para mim, parece fácil a resposta, principalmente em relação ao Brasil e aos nossos ‘hermanos’ da América Latina.

Nossa política sempre foi baseada no escambo. Primeiro, com terras e títulos. E hoje com escambo dos cargos, nomeações, ministérios e a droga da propina, que quando injetada mata a nação e junto com ela a educação, saúde, segurança, vergonha, ética e banaliza a vida.

Como e por que essa raça vai extinguir? Por tudo aquilo que está dentro de cada cidadão. Porque nós não aguentamos mais. Hoje, a informação não é privilégio de ministro, nem de rico, nem de pobre. Ela está no mercado e será através dela que mudaremos a necessidade imbecil que temos dessa classe de oportunistas.

Como Rezende, vários leitores têm se manifestado sobre as deficiências da classe política brasileira. Nas redes sociais, têm sido o assunto do dia das diversas páginas de opinião e comentários. Há realmente uma insatisfação geral, que contamina a todos, agravada por uma crise econômica como nunca tivemos em nosso país.

Se a profissão número um dos brasileiros é a esperança, como nos diziam nossos pais e mestres, temos de acreditar que atingimos não apenas o ponto mais alto da desfaçatez da nossa classe dirigente, como também o ponto de retorno dessa calamitosa realidade.

É ainda Rezende quem conclui: Tenho a certeza que um dia não teremos mais prefeitos, deputados, vereadores, presidentes, senadores e veremos a extinção dessa raça e o surgimento de um novo modelo. Neste, votaremos em programas, competências, vocações e com capacitação para resolver as demandas sociais. Reconstruiremos nossas escolas e com ela formaremos gestores da coisa pública. Acabaremos com partidos e a diversidade do comando será baseada no conhecimento e na eficácia. Eu acredito!, finaliza Rezende.

Na verdade, todos temos de acreditar no surgimento de algo diferente do que aí está. O modelo não mais resiste à verdade dos tempos.

 

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Palmas para a campanha do Estadão, pleiteando mais nomes femininos nos logradouros públicos de São Paulo.

Lançada em 25 de janeiro pelo jornal, a campanha revela o que poucos sabiam: 84% das ruas homenageando pessoas ilustres na capital paulista referem-se a homens. Em um segundo anúncio veiculado no último dia 8, mais um dado machista: 1.170 ruas homenageando doutores em São Paulo, contra apenas 11 homenageando doutoras.

A campanha propõe que a população acesse estadao.com.br/16porcento, dando nomes femininos para serem oportunamente utilizados em novos batismos de ruas, avenidas e praças paulistanas.

O site já reúne centenas de nomes de mulheres que se destacaram em suas atividades, a ponto de poderem batizar nomes de logradouros.

Os meios desde sempre possuem o condão de abraçar campanhas com fins de valorização e solidariedade aos mais diversos temas e atividades, como vimos acima com os nomes femininos nas ruas.

Mas há uma campanha, através das plataformas do Grupo Band de comunicação, que deve ser obrigatoriamente elogiada por todos os que militam profissionalmente na área. Ela valoriza a atividade publicitária, lembrando em cada pedaço da sua veiculação como é importante a função da propaganda para a coletividade.

Essa importância, sabemos nós, não se limita a vender produtos, serviços ou ideias, como era no passado definida a sua finalidade. Há muito mais valor na propaganda além dessa linha de frente.

Destacamos a importância que representa na mudança de hábitos e no próprio aperfeiçoamento do ser humano e da vida em sociedade.

 Cada texto da campanha do Grupo Band revela uma face desses múltiplos valores que compõem uma das mais preferidas carreiras profissionais dos jovens em todo o planeta.

Armando Ferrentini é presidente da Editora Referência, que publica o PROPMARK e as revistas Marketing e Propaganda