Quando você perceber já foi. Não, isso não é a frase de uma enfermeira falando de uma injeção, de um médico falando de gripe ou de um careca falando do cabelo que não existe mais. 

Na verdade, isso fala muito sobre o que eu penso da vida. Ela começa com o “V” e o resto é só “ida”.
O engraçado de pensar na “ida” é que tudo que ficou pra trás parece que fica na memória em slow motion. Demorou pra eu sair da Penha, no Rio de Janeiro. Foi demorada a época em que eu era só um amigo de infância da Luciana. Foi eterno e divertido o tempo em que eu e meu irmão levamos pra frente uma pequena agência de publicidade na Tijuca. Hoje, quando penso em tudo isso, até a minha lembrança fica devagar.

Mas a “ida” não para. Na sequência rolou o meu casamento e a mudança para São Paulo. O botão play foi definitivamente apertado. Pra um carioca da gema aquela cidade cinza, caótica e grande era um aviso: agora não tem mais volta, Felix. Segue o fluxo, anda rápido e não olha pra trás.
Na capital paulista, um dos maiores centros de publicidade do mundo, o jogo é pesado. Trânsito, rotina, reuniões, ideias e ralação de verdade. Eu fiquei cascudo. Trabalhei em grandes agências, com grandes talentos e conquistei meus primeiros prêmios de peso. Mas era pouco pra mim. Faltava o FF, mas ele veio.

O FF (Felipe Felix) nasceu e a brincadeira acabou de vez. O que era play virou fast forward. Da primeira fralda ao embarque para os Estados Unidos foi um piscar de olhos.

Primeira parada na terra do Tio Sam: Fort Lauderdale. Cheguei numa agência que o apelido é “A máquina”. Um lugar gigantesco feito pra alcançar resultados. Lá ganhei os primeiros prêmios de criatividade da história da Zimmerman Omnicom Group, conquistei concorrências, aprendi Spanglish e fiz grandes amigos.

Dá máquina pulei para a Young de Miami e o ritmo continuou rápido. Lá fiz parte do board criativo global e pude ajudar a agência a figurar no top 3 do Festival de Cannes em 2017. E dá-lhe FF. Da Y&R fui viver uma experiência incrível na Nobox. Garanto: não existe na Flórida uma agência com conhecimento digital tão grande. Por lá ganhei a concorrência de um cliente no Equador e percebi que não foi pelo espanhol, mas pelas ideias que tive com meus novos amigos. Porque ideias não possuem idiomas, ideias são apenas ideias. E elas aparecem com muito trabalho e intensidade.

O FF não para. Perto dos 40 anos, eu cheguei em um lugar que parecia inimaginável pra um cara que veio lá da Penha: The Walt Disney Company. Sério. Passa um filme na minha cabeça e às vezes é difícil acreditar que fui convidado para viver em Los Angeles e desenvolver ideias para a maior empresa de entretenimento do mundo, na terra do entretenimento.

E você acha que eu tive medo de encarar um gigante desses? Apertei o FF e me tornei o primeiro brasileiro a trabalhar na divisão de publicidade/criatividade da empresa, abrindo as portas para a chegada de mais compatriotas na Disney.

Por que eu te contei tudo isso? Porque, de coração, eu quero que você leia esse texto e encontre o seu FF, como eu encontrei o meu Felipe Felix. Porque o FF vai ser o seu combustível para chegar onde você sempre sonhou. Mas sem se esquecer daquele tempo do slow motion e do play. Porque esses, sim, são os momentos que você vai levar pra sempre e vão deixar você forte para encarar qualquer desafio.

Obrigado, Penha. Obrigado, mãe. Obrigado, Luciana. Obrigado, família. Obrigado, amigos. E, claro, muito obrigado FF (Felipe Felix), você vai ser para sempre o meu combustível.

Nunca se esqueça: a palavra Vida tem apenas um “V”, o resto é só “ida”. Viva cada momento intensamente, porque essa nossa aventura aqui não tem replay.

André Felix é diretor de criação digital da The Walt Disney Company

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