Com a implantação da Lei Cidade Limpa, que suprimiu a publicidade em painéis eletrônicos e placas de outdoor na cidade de São Paulo, a Eletromídia teve de passar por um processo de disruption total para se adequar à situação. Após o impacto, a empresa mudou o foco e passou a explorar espaços de OOH (Out of Home) em linhas do metrô, trens, shopping centers e outros locais de grande circulação de pessoas.

Na Linha 4 do Metrô paulistano, por exemplo, está oferecendo uma solução de mídia que combina inovação e tecnologia. Trata-se do Túnel de Led, um sistema instalado nas paredes por onde os trens trafegam, que através de sinais de transmissão tem a capacidade de exibir comerciais e anúncios nas janelas desse meio de transporte coletivo. O impacto é sintomático para quem é exposto à nova mídia: a janela de vidro dos trens do Metrô.

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Eletromídia assumiu há cerca de dois anos a operação de comercialização dos espaços publicitários da linha privada do metrô de São Paulo, administrada pela CCR, após a compra da empresa On The Spot do Grupo Telefônica. Nesse período estabeleceu uma série de prioridades, principalmente às relacionadas à implementação tecnológica. Segundo o CEO Daniel Simões, uma delas foi usar o sistema proprietário criado pela canadense Digital Underground Media, da qual a Eletromídia é representante no país, que tem a capacidade de aproveitar as janelas dos trens do metrô como canal de comunicação.

“O Túnel de Led é um produto especial da nossa prateleira, que tem sido bem usado por anunciantes como Sadia, Bradesco, Santader e HP. É uma inovação que oferecemos nos pacotes comerciais que garantem os grandes faturamentos da empresa. Mas sempre chama a atenção devido ao impacto que proporciona às pessoas expostas. Não é, porém, um produto de ampla cobertura, frequência e impacto, mas uma oportunidade complementar aos projetos que oferecemos às agências e anunciantes”, explica Simões.

Há cerca de dois anos o fundo de investimento norte-americano HIG adquiriu 80% do capital da Eletromídia, que incorporara um pouco antes as operações da carioca DMS, que pertencia a Simões, e a On The Spot. “Os investidores perceberam o potencial brasileiro no mercado de mídia OOH devido à transição das empresas familiares, e muito pulverizadas, iniciada após o Cidade Limpa, e começaram a fazer pesquisas desde 2013. O Brasil tem potencial de crescimento e já supera mercados mais maduros. A ideia é continuar avançando”, explica Simões.

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Na Linha Amarela do Metrô, em São Paulo, a Eletromídia explora publicidade em monitores de LED de grande dimensão, que substituíram o modelo videowall, e uma série de formatos de mídia estática e também circuitos digitais. São estações localizadas em uma região premium de São Paulo, que contabiliza 955 mil usos diários das catracas. “Preferimos essa métrica porque não sabemos se uma mesma pessoa fez uso desse modal de transporte mais de uma vez”, destaca o CEO da Eletromídia, que se tornou especialista em venda de publicidade em meios de transporte sobre trilhos.

Em São Paulo, explora a TV Minuto, uma parceria com a Band, nas linhas Verde, Azul e Vermelha do Metrô. Nos trens da CPTM, em São Paulo, está presente com mídia estática e painéis de LED. No Rio de Janeiro, faz envelopagem dos trens do VLT, modelo com 44 metros quadrados de extensão, e os trens da Super Via. Também marca presença em 40 shopping centers.

O mercado de OOH, segundo Simões, tem um share de 3% do bolo publicitário brasileiro, com um investimento bruto de R$ 3,5 bilhões. Porém, ele prevê uma ascensão dessa oferta de mídia nos próximos três anos. “Podemos dobrar de tamanho. Os grandes players do segmento estão crescendo suas operações. A Eletromídia cresceu 45% em um ano, incluindo algumas conquistas. E vamos manter esse ritmo”, diz o executivo, “Já estamos sendo auditados pelo IVC (Instituto Verificador de Comunicação). O anunciante paga R$ 500 e tem sua campanha chancelada pelo instituto”, finaliza.