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O que esperar de 2018? Entre apostas bem-humoradas e conjecturas enigmáticas, é preciso reconhecer que o brasileiro é irremediavelmente otimista. 

É preciso, também, reconhecer que 2018 será um ano especial, como são todos os anos de eleições presidenciais. Depois de tanta incerteza, está aí algo que promete mudanças consideráveis no cenário geral.
Também é ano de Copa do Mundo – e o Brasil chega de mansinho com o pé direito, o que não deixa de ser um prenúncio positivo.

Para ajudar a traçar o cenário, o PROPMARK ouviu as impressões do novo ano de alguns dos mais respeitados profissionais do mercado, como Fernando Musa, presidente do Grupo Ogilvy, que diz estar tentando encarar 2018 com o otimismo de um ano que chega podendo marcar o início, de verdade, de um novo ciclo – “no sentido mais amplo ao mais específico”.

Luiz Sanchez, sócio e diretor-geral de criação da AlmapBBDO, revela sua versão otimista/realista ao “sempre esperar o melhor, mas sem tirar o pé da realidade”. “Não sabemos se teremos calmarias ou tempestades. Só posso dizer que, como sempre, queremos trabalhar muito, cada vez melhor e junto com os clientes. Sou tão otimista que tenho certeza de que o Corinthians vai ser campeão da Libertadores em 2018”, brinca.

João Livi, CEO da Talent Marcel, afirma que não se ilude e acredita que não será um ano fácil. Mas faz o exercício de imaginar que 2018 trará um pouco mais de animal spirit – que ele descreve como o desejo de investir, de buscar o sucesso, buscar posicionamento e liderança de mercado, em um cenário mais otimista.

“Vai ser difícil, as metas são difíceis, a operação é difícil, a satisfação do cliente não é algo que você obtém sem muito suor e pensamento, mas tenho uma boa dose de convicção de que 2018 vai ser um ano em que a gente vai conseguir esquecer a dureza que foi 2017”, diz.

Mario D’Andrea, presidente da Abap, está otimista com relação ao papel da propaganda este ano.
“Especificamente sobre 2018, apesar de todas as discussões pendentes, temos certeza de que o mercado viverá outro momento. Um momento de maior união, de maior realce para os interesses comuns e, principalmente, de maior produção de riqueza – porque o consumo estará voltando e as marcas vão precisar ainda mais de grandes agências e grandes talentos para vencer a disputa na volta do consumidor”, afirma o executivo.

Eduardo Lorenzi, copresidente da Publicis, prefere não fazer grandes apostas, e mantém uma visão mais cautelosa de 2018.

“Acho que a tendência de um mercado cauteloso em relação aos investimentos deve se manter. Por um lado, acreditamos que a economia voltará a crescer e diversos setores serão incentivados pelo poder público. Por outro lado, as possibilidades que as eleições presidenciais nos reservam ainda estão muito abertas e a reação do mercado pode atrapalhar essa retomada”, analisa.

Melhora

Sim, é ela que move o mercado. A economia está no centro de todas as atenções e expectativas, e a partir dela muitos planos serão levados a cabo, ou adiados. Rodolfo Medina, presidente da Artplan, afirma que espera uma melhora no cenário macroeconômico para seguir executando um bom trabalho de novos negócios e o projeto de expansão da agência, principalmente em São Paulo.

Douglas Patrício, CEO das empresas Z+ no Brasil, também confia na economia e visualiza um ano ainda melhor, já que o passado, para a agência, foi de diversas conquistas. “Temos nos aperfeiçoado e desenvolvido novas estratégias para os nossos clientes, e estamos ainda mais preparados para a integração digital, que pretende ditar o mercado daqui para frente, sem esquecer das mídias tradicionais”, diz.

Marcio Santoro, copresidente e CEO da Africa, já comemora o ano de Copa como geradora de negócios. É garantia de investimentos, ainda que a economia não se reaja como o esperado. “Ano de Copa do Mundo é sempre muito movimentado. Ainda mais quando se tem quatro das seis cotas de patrocínio do pacote”, comenta.

Hugo Rodrigues, chairman e CEO da WMcCann, trabalha com o cenário de uma melhoria da situação econômica, mas afirma que, a partir daí, será por conta de cada um ter coragem de apresentar para os clientes e consumidores “algo diferenciado”. Porque, na prática, é isso que garantirá retorno e crescimento.

“Nós precisamos voltar a sonhar e não existe arma mais poderosa para fazer as pessoas voltarem a sonhar do que uma boa propaganda, uma comunicação sedutora e verdadeira e até mesmo uma promoção que traga benefício direto para quem está participando. Vai ser um ano de luta, dedicação e amor”.

Marcio Toscani, co-CEO e COO da Leo Burnett Tailor Made, também se diz otimista com o momento de maior definição que o ano trará e espera que, a partir dele, a economia reaja. “O que todo empresário almeja e precisa é de estabilidade econômica, juros em patamares internacionais, além, é claro, das reformas que há tempos são essenciais para o destravamento da agenda econômica para que tenhamos a retomada contínua e consistente do crescimento do PIB”.

Caio Barsotti, presidente do Cenp, trabalha incansavelmente nas bases – porque não dizer, nas trincheiras do negócio – e afirma que em 2018 continuará perseguindo “a perfeição”, mesmo reconhecendo a meta como inatingível.

“Estamos, no ano novo, envolvidos com as normas relacionadas ao ambiente de internet no que tange às relações comerciais, contribuindo para que a veiculação de publicidade neste ambiente seja respeitosa com quem anuncia e com quem recebe as mensagens. É um mundo novo, disruptivo, que se transforma a cada dia e deve ser tratado como a base de tudo o que virá com o futuro”.