No dia 11 de novembro, registram-se dez anos da morte do pai da administração moderna e do marketing, Peter Drucker. Drucker partiu, mas suas lições continuam vivas, consistentes, relevantes, atuais. No mínimo por mais 20 anos. Coisas de visionário. É o mentor do Madia Mundo Marketing. Não existe um único dia do ano em que eu não releia, repasse, discuta, pesquise alguns dos milhares de ensinamentos que deixou.

Dentre seus muitos ensinamentos, um incorporou-se às nossas práticas de consultoria. Depois de realizado o diagnóstico e construído o planejamento estratégico – sempre sob a ótica do mercado – para nossos clientes, iniciamos a segunda etapa dos trabalhos, a da ativação – branding – com um processo de treinamento intermitente, que tem por objetivo induzir uma cultura de marketing e inovação na empresa.

Drucker nos orientou dizendo: “Todas as empresas, de todos os portes e setores de atividade, têm duas e exclusivamente duas funções: marketing e inovação. Marketing para conquistar e preservar clientes e inovação para sobreviver”. E é isso mesmo. Todo o restante é decorrente.

Um marketing de qualidade, tangibilizado na excelência do relacionamento que uma empresa mantém com seus clientes, faz com que, dia após dia, a marca ocupe um espaço maior na cabeça e no coração deles. E se essa excelência cresce com o correr do tempo, clientes convertem-se em apóstolos, evangelizadores, “preachers” da marca.

E o compromisso com a inovação é condição essencial de sobrevivência. Todos na empresa precisam o tempo todo considerar a possibilidade de fazer o mesmo de uma forma melhor, mais relevante, lúdica, instigante, capaz de manter os clientes, mais que encantados e agradecidos, em estado de graça pela opção que fizeram pela marca.

Dia desses, lia uma matéria no caderno PME. Pai e filho contando sobre a razão do sucesso de seu negócio, a rede Rei do Mate. Marketing e inovação na veia.

Antonio Carlos Nasraui, o filho, ilustra a primeira das funções de Drucker, marketing: “Na época em que aprendi a trabalhar com meu pai, Kalil Nasraui, o segredo era ficar com a barriga no balcão. Hoje o empresário que seguir essa máxima não verá o que está acontecendo na loja. Você tem que estar ao contrário, tem que olhar sua loja como cliente”.

Mais adiante, ilustra a segunda, inovação: “Precisávamos trocar os copos de plástico pelos de papel. Mais moles e 30% mais caros. Foram 3 meses de reclamação por parte dos consumidores (como o copo era mais mole achavam que estávamos economizando), e dos franqueados (por causa do aumento no preço). A solução foi a de sermos mais consistentes na divulgação da verdadeira razão da mudança: a componente ecológica. Toda a concorrência mudou depois, mas fomos os primeiros. Para enfrentar a concorrência e continuar crescendo, a empresa precisa perseguir sistematicamente a inovação”.

É isso. Drucker nas lições do Rei do Mate. E Antonio Carlos arremata, diante dos desafios do compromisso com a permanente inovação: “A gente pensou em desistir várias vezes; mas se tivéssemos desistido da metade dos projetos, não teríamos passado das três lojas iniciais”. Drucker vive!

*famadia@mmmkt.com.br